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Mensagem Pontifícia | O encontro do eu, dentro de mim, na perspectiva de Santo Agostinho

  

MENSAGEM PONTIFÍCIA

O encontro do eu, dentro de mim, na perspectiva
de Santo Agostinho
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Rio de Janeiro,  31 de maio de 2024


 Introdução

"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti." Essa afirmação encapsula a ideia de que o ser humano está em constante busca de algo maior, uma inquietude que só pode ser saciada ao encontrar Deus. O encontro do "eu" é indissociável do encontro com Deus, vamos nos aprofundar nesse mistério do eu com o eu. 

A inquietude não é apenas uma sensação de insatisfação ou vazio, mas uma condição existencial profunda que move o ser humano em direção a uma busca incessante por sentido e propósito. Esta inquietude é a força motriz que nos impulsiona a olhar para dentro de nós mesmos, em busca da verdade que reside em nosso interior. Acredita que essa busca interior é essencial, pois é através dela que podemos encontrar Deus, que é a fonte última de descanso e satisfação para nossas almas.

Agostinho argumenta que a inquietude do coração humano é uma indicação de nossa natureza criada para um relacionamento com Deus. Ele vê essa busca como um processo de retornar ao nosso criador, de quem nos afastamos pelo pecado. A jornada de autoconhecimento, portanto, não é apenas uma exploração psicológica ou filosófica, mas uma peregrinação espiritual em direção à união com o divino.

Ao longo das "Confissões", Agostinho relata suas próprias experiências de busca e inquietude. Ele descreve como tentou encontrar satisfação em várias coisas do mundo — prazer, poder, conhecimento — mas sempre se sentiu vazio. Esse sentimento persistente de insatisfação levou-o a uma reflexão mais profunda sobre sua vida e suas escolhas, culminando na realização de que somente em Deus poderia encontrar a verdadeira paz.

A perspectiva agostiniana, portanto, nos chama a uma introspecção sincera e corajosa. Ao confrontarmos nossa própria inquietude e buscar o "eu" dentro de nós mesmos, somos conduzidos a reconhecer nossa dependência de Deus. Agostinho nos ensina que é na entrega a Deus, no reconhecimento de nossa própria finitude e na aceitação de Seu amor e graça, que encontramos nosso verdadeiro eu e alcançamos a paz interior. A inquietude e a busca interior em Santo Agostinho são elementos fundamentais de sua filosofia de autoconhecimento. Ele vê essa busca como um movimento em direção a Deus, que é o único capaz de satisfazer plenamente as profundezas do nosso ser. Através dessa jornada espiritual, descobrimos não apenas quem somos, mas também nosso lugar no grande esquema da criação divina. Que essa jornada nos inspire a nos encontrar em si. Deus abençoe. 

 

Inquietude e Busca Interior

Agostinho começa suas "Confissões" com a famosa frase: "Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti." Isso destaca a ideia de que o ser humano está em constante busca de algo maior, uma inquietude que só pode ser saciada ao encontrar Deus. Para Agostinho, o encontro do "eu" é indissociável do encontro com Deus.

 A inquietude descrita por Agostinho não é apenas uma sensação de insatisfação ou vazio, mas uma condição existencial profunda que move o ser humano em direção a uma busca incessante por sentido e propósito. Esta inquietude é a força motriz que nos impulsiona a olhar para dentro de nós mesmos, em busca da verdade que reside em nosso interior. Agostinho acredita que essa busca interior é essencial, pois é através dela que podemos encontrar Deus, que é a fonte última de descanso e satisfação para nossas almas.

 Agostinho argumenta que a inquietude do coração humano é uma indicação da nossa natureza criada para um relacionamento com Deus. Ele vê essa busca como um processo de retornar ao nosso criador, de quem nos afastamos pelo pecado. A jornada de autoconhecimento, portanto, não é apenas uma exploração psicológica ou filosófica, mas uma peregrinação espiritual em direção à união com o divino.

 Ao longo das "Confissões", Agostinho relata suas próprias experiências de busca e inquietude. Ele descreve como tentou encontrar satisfação em várias coisas do mundo — prazer, poder, conhecimento — mas sempre se sentiu vazio. Esse sentimento persistente de insatisfação levou-o a uma reflexão mais profunda sobre sua vida e suas escolhas, culminando na realização de que somente em Deus poderia encontrar a verdadeira paz.

A perspectiva agostiniana, portanto, nos chama a uma introspecção sincera e corajosa. Ao confrontarmos nossa própria inquietude e buscar o "eu" dentro de nós mesmos, somos conduzidos a reconhecer nossa dependência de Deus. Agostinho nos ensina que é na entrega a Deus, no reconhecimento de nossa própria finitude e na aceitação de Seu amor e graça, que encontramos nosso verdadeiro eu e alcançamos a paz interior. A inquietude e a busca interior em Santo Agostinho são elementos fundamentais de sua filosofia de autoconhecimento. Ele vê essa busca como um movimento em direção a Deus, que é o único capaz de satisfazer plenamente as profundezas do nosso ser. Através dessa jornada espiritual, descobrimos não apenas quem somos, mas também nosso lugar no grande esquema da criação divina.

 Memória e Autoconhecimento

Santo Agostinho  vê a memória como um vasto campo interno onde o ser humano pode explorar seu próprio passado, sentimentos e pensamentos. Para Agostinho, a memória não é apenas um repositório de informações e experiências, mas um componente essencial da alma humana que desempenha um papel crucial no processo de autoconhecimento.

 A memória como uma "grande e infinita profundidade" onde estão armazenadas todas as experiências vividas, desde as mais simples até as mais complexas. Ele a compara a um grande palácio interior, com inúmeros cômodos cheios de recordações de diversos tipos. Nesse palácio, podemos revisitar eventos passados, refletir sobre nossas emoções e examinar nossos pensamentos. Essa capacidade de relembrar e refletir permite que compreendamos melhor quem somos e como chegamos a ser o que somos.

 Através da exploração da memória, Agostinho acredita que podemos alcançar um entendimento mais profundo de nós mesmos. Ele argumenta que ao revisitar nossas lembranças, podemos identificar padrões de comportamento, motivações subjacentes e as verdadeiras causas de nossas ações. Esse processo de introspecção nos ajuda a compreender nossas virtudes e fraquezas, nossos desejos e medos, e, em última análise, nossa identidade.

Além disso, a memória como um meio pelo qual podemos nos aproximar de Deus. Ele acredita que Deus está presente na memória humana, pois é através dela que podemos recordar e meditar sobre as verdades divinas. A memória nos permite recordar a criação, os ensinamentos das Escrituras, e os momentos em que sentimos a presença de Deus em nossas vidas. Ao meditar sobre essas lembranças, podemos fortalecer nossa fé e aprofundar nosso relacionamento com o divino.

 Agostinho também reconhece que a memória pode ser falha e sujeita a distorções. No entanto, ele vê essas falhas como oportunidades para buscar a verdade com ainda mais fervor. Ao confrontar as inconsistências e lacunas em nossas lembranças, somos desafiados a buscar um entendimento mais claro e verdadeiro de nós mesmos e de nossa relação com Deus.

O autoconhecimento é uma jornada contínua que exige reflexão constante e uma disposição para enfrentar tanto as verdades confortáveis quanto as desconfortáveis sobre nós mesmos. A memória, nesse contexto, é uma ferramenta poderosa que nos ajuda a mapear essa jornada. Ao explorar nosso passado e refletir sobre nossas experiências, podemos encontrar a sabedoria necessária para viver de acordo com a vontade divina e, eventualmente, alcançar a paz interior.

Em suma, a perspectiva de Santo Agostinho sobre a memória e o autoconhecimento destaca a importância da introspecção e da reflexão contínua. A memória, como um vasto campo interno, é fundamental para a compreensão de nossa identidade e para a nossa jornada espiritual em direção a Deus. Através da exploração de nossas lembranças, podemos descobrir as verdades profundas sobre nós mesmos e fortalecer nossa conexão com o divino.

 A Interioridade

 Enfatiza profundamente a importância da interioridade, a prática de olhar para dentro de si mesmo para encontrar a verdade. Em suas obras, especialmente Confissões, Agostinho ressalta que o verdadeiro conhecimento e sabedoria residem na alma e não no mundo externo. Sua famosa citação, "Não vás para fora, volta-te para dentro de ti mesmo; no interior do homem habita a verdade", encapsula essa visão.

 Para Agostinho, a interioridade é o caminho essencial para o autoconhecimento e para a compreensão da verdade divina. Ele argumenta que o mundo externo é repleto de distrações e ilusões que podem desviar o ser humano de seu verdadeiro propósito. Em contraste, a alma humana, criada à imagem e semelhança de Deus, contém as verdades eternas que podemos descobrir através da introspecção e da meditação.

 A prática da interioridade exige uma retirada dos estímulos externos e uma concentração nos próprios pensamentos e sentimentos. Agostinho vê essa prática como uma forma de purificação, onde o indivíduo pode separar o essencial do supérfluo e focar naquilo que realmente importa. Ao voltar-se para dentro, a pessoa pode encontrar uma conexão mais profunda com Deus, que habita no mais íntimo de cada ser humano.

Vê a interioridade como uma via para a verdadeira liberdade. Ele acredita que muitas das paixões e desejos que nos prendem estão enraizados em apegos ao mundo externo. Ao buscar a verdade interior, o ser humano pode libertar-se dessas amarras e encontrar uma paz que transcende as circunstâncias mundanas. Esse processo de interiorização é, portanto, um caminho para a libertação espiritual e para a realização do propósito divino.

A interioridade, segundo Agostinho, não é uma rejeição do mundo material, mas uma reordenação das prioridades. Ele não propõe um ascetismo extremo, mas uma vida equilibrada onde a contemplação interior e a ação no mundo externo se complementam. O conhecimento obtido através da introspecção deve informar e guiar nossas ações externas, criando uma harmonia entre o interior e o exterior.

Além disso, Agostinho destaca que o conhecimento de si mesmo e a interioridade são fundamentais para o relacionamento com Deus. Ele vê a alma humana como um espelho onde a imagem de Deus pode ser refletida e reconhecida. Através da interioridade, podemos descobrir nossa dependência de Deus e a necessidade de Sua graça para alcançar a verdadeira sabedoria e virtude.

A interioridade aponta para a importância de buscar a verdade dentro de si mesmo. Ele argumenta que a verdadeira sabedoria e conhecimento de si mesmo estão na alma, longe das distrações e ilusões do mundo externo. A prática da interioridade é essencial para o autoconhecimento, a libertação espiritual e a união com Deus. Ao voltar-se para dentro, podemos encontrar a paz, a verdade e a realização do nosso propósito divino.

Conversão e Graça Divina

A transformação interior e o encontro do verdadeiro "eu" estão também intimamente ligados à experiência da conversão. A vida de Agostinho é um testemunho vívido de uma busca intensa e tortuosa por significado e verdade, que culmina na sua conversão ao cristianismo. Ele acredita que a graça divina é essencial para que o ser humano possa verdadeiramente se conhecer e se encontrar em Deus.

A conversão de Agostinho não foi um evento instantâneo, mas um processo gradual e profundo de mudança interior. Em suas "Confissões", ele narra com honestidade e detalhamento os conflitos internos, as tentações e as dúvidas que enfrentou ao longo de sua jornada. Durante muitos anos, Agostinho buscou satisfação em diversas filosofias e prazeres mundanos, mas sempre se sentiu vazio e insatisfeito. Essa inquietude o levou a uma busca incessante pela verdade.

A conversão de Agostinho é marcada por um momento de intensa revelação e clareza, que ele descreve nas "Confissões" como uma experiência de ouvir uma voz que lhe dizia: "Toma e lê". Ao abrir a Bíblia e ler um trecho das cartas de São Paulo, ele sente uma profunda transformação interior. Nesse momento, Agostinho reconhece a necessidade de abandonar sua vida de pecado e se voltar completamente para Deus. Esse episódio simboliza a ação da graça divina, que ilumina sua mente e coração, permitindo-lhe ver a verdade que antes estava oculta.

Para Agostinho, a graça divina é o fator crucial que possibilita a verdadeira conversão e o autoconhecimento. Ele entende a graça como um dom gratuito de Deus, que não pode ser alcançado pelos esforços humanos, mas é concedido por amor e misericórdia divina. Sem a graça, o ser humano está preso ao pecado e à ignorância, incapaz de alcançar a verdadeira sabedoria e a paz interior.

A experiência de conversão transforma radicalmente a vida de Agostinho. Ele passa de uma vida dedicada aos prazeres mundanos e às ambições intelectuais para uma existência centrada em Deus e no serviço à comunidade cristã. Sua conversão também lhe permite um autoconhecimento mais profundo, revelando suas verdadeiras motivações, desejos e o propósito de sua existência. Ele entende que o encontro do verdadeiro "eu" só é possível através da união com Deus, mediada pela graça.

A graça divina, segundo Agostinho, não apenas inicia a conversão, mas também sustenta o crescimento espiritual contínuo. Ele acredita que a vida cristã é um processo de constante renovação e purificação, onde a graça de Deus atua para fortalecer a fé, corrigir as falhas e aprofundar o amor. A transformação interior é, portanto, um caminho contínuo de crescimento em direção à perfeição espiritual.

A Alma como Imagem de Deus

A alma humana como criada à imagem e semelhança de Deus, uma crença profundamente enraizada na filosofia e teologia cristã. Conhecer-se profundamente é também conhecer algo da natureza divina. Agostinho nos apresenta uma perspectiva é centrada em sua obra, especialmente em "Confissões" e "A Trindade", onde ele explora a complexidade da alma e sua relação com Deus.

Assim como Deus é uma Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - a alma humana também possui uma estrutura trinitária. Ele identifica três faculdades principais da alma: memória, entendimento e vontade. Estas faculdades, segundo Agostinho, refletem a imagem da Trindade de maneira análoga.

A memória é vista por Agostinho como um depósito vasto e profundo onde todas as experiências, conhecimentos e sentimentos são armazenados. Ela é mais do que uma simples recordação de eventos passados; é um componente essencial da identidade humana. A memória guarda o conhecimento de Deus e a história pessoal de cada indivíduo, sendo um reflexo da eternidade divina, onde todas as coisas estão sempre presentes.

O entendimento é a faculdade que permite ao ser humano compreender, raciocinar e discernir a verdade. Para Agostinho, o entendimento humano é um reflexo do Logos divino, o Verbo ou a Razão de Deus. É através do entendimento que a alma pode contemplar as verdades eternas e imutáveis, permitindo uma conexão íntima com a sabedoria divina. Este aspecto da alma é crucial para a busca do conhecimento verdadeiro e para a compreensão das realidades espirituais.

A vontade, por sua vez, é a faculdade que move o ser humano a agir e a escolher. Agostinho vê a vontade como um reflexo do Espírito Santo, que é o amor que une o Pai e o Filho. A vontade é a força motriz por trás das ações humanas e é responsável pelas escolhas morais e espirituais. É através da vontade que o ser humano pode escolher amar a Deus e buscar o bem. A vontade direcionada pelo amor divino leva à verdadeira liberdade e à realização do propósito humano.

Em Agostinho, essas três faculdades da alma - memória, entendimento e vontade - trabalham juntas de maneira harmoniosa, refletindo a unidade e a diversidade da Trindade. Ele acredita que, ao explorar e desenvolver essas faculdades, o ser humano pode alcançar um maior autoconhecimento e, simultaneamente, um conhecimento mais profundo de Deus.

A visão agostiniana da alma como imagem de Deus também tem implicações éticas e espirituais. Agostinho ensina que, para viver uma vida virtuosa e alinhada com a vontade divina, é essencial cultivar essas faculdades de maneira que elas reflitam verdadeiramente a imagem de Deus. Isso significa nutrir a memória com as verdades divinas, iluminar o entendimento com a sabedoria divina, e orientar a vontade pelo amor a Deus e ao próximo.

Amor como Força Motriz

O amor é a força motriz da busca interior e da vida humana em geral. Ele argumenta que aquilo que amamos define quem somos, moldando nossos pensamentos, ações e identidade. Esse amor, quando corretamente direcionado, é a chave para encontrar o verdadeiro "eu" e viver de acordo com a vontade divina.

O amor ocupa um papel central na vida espiritual e moral. Agostinho, destaca que todos os seres humanos têm a capacidade e a necessidade de amar, mas a qualidade e o objeto desse amor são determinantes para o bem ou mal em suas vidas. Ele vê o amor como a energia vital que direciona a alma, movendo-a em direção ao seu objetivo final. Quando o amor é mal direcionado, voltado para coisas mundanas ou pecaminosas, ele leva ao desvio e à destruição. Quando é bem direcionado, voltado para Deus e o bem, ele leva à realização plena e à verdadeira felicidade.

 "Ama e faz o que quiseres", encapsula sua visão sobre o papel do amor. Nos sugere que, se o amor é verdadeiro e direcionado corretamente, todas as ações que derivam desse amor serão justas e boas. Isso não implica uma liberdade irrestrita, mas uma liberdade que é guiada pelo amor divino. Quando o amor de Deus ocupa o centro da vida de uma pessoa, suas escolhas e ações naturalmente se alinham com a vontade divina.

Argumenta que o amor a Deus acima de todas as coisas é essencial para encontrar o verdadeiro "eu". Observamos que a busca pelo autoconhecimento e pela verdade como inseparáveis do amor a Deus. Sem esse amor, o ser humano permanece em um estado de desordem e confusão, incapaz de discernir sua verdadeira identidade e propósito. Amar a Deus implica um reordenamento das prioridades e desejos, colocando o divino no centro de todas as coisas.

Esse amor divino não é apenas uma emoção ou sentimento, mas uma força ativa que transforma o ser humano. É através do amor a Deus que a alma é purificada, iluminada e elevada. Agostinho vê essa transformação como um processo contínuo, onde o amor divino constantemente guia e molda a alma em direção à perfeição espiritual. O amor, portanto, é tanto o caminho quanto o objetivo final da vida cristã.

Além disso, o amor a Deus se manifesta no amor ao próximo. Nos ensina que o amor verdadeiro a Deus se reflete no amor e na caridade para com os outros. Podemos observar que a comunidade cristã como uma expressão do corpo de Cristo, onde cada indivíduo é chamado a viver em harmonia e serviço mútuo, desta forma,  o amar ao próximo é uma extensão natural do amor a Deus e é fundamental para a vida cristã autêntica.

Amar é a força motriz da busca interior e da vida espiritual. Desta forma o amor define nossa identidade e destino. Amar a Deus acima de todas as coisas é essencial para encontrar o verdadeiro "eu" e viver de acordo com a vontade divina. A máxima "Ama e faz o que quiseres" sugere que o amor correto alinha a vontade humana com a divina, conduzindo a uma vida de virtude e realização espiritual.

Conclusão 

Ao iniciarmos nossa caminhada com a célebre frase, "Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti." de Agostinho.  Essa declaração encapsula a ideia de que a inquietude humana é uma busca incessante por Deus, e que o encontro com o divino é essencial para o autoconhecimento. A inquietude não é apenas uma sensação de insatisfação, mas uma condição existencial que leva o ser humano a buscar sentido e propósito, encontrando sua verdadeira paz apenas em Deus.

A memória desempenha um papel crucial no processo de autoconhecimento. Ele a vê como um vasto campo interno onde o ser humano pode explorar seu próprio passado, sentimentos e pensamentos, refletindo sobre suas experiências para compreender melhor sua identidade. A memória não é apenas um repositório de informações, mas um componente essencial da alma humana que ajuda a mapear a jornada interior.

A interioridade é fundamental na filosofia agostiniana, desta forma ela defende a prática de olhar para dentro de si mesmo para encontrar a verdade, argumentando que a verdadeira sabedoria reside na alma. A introspecção e a meditação são essenciais para purificar os pensamentos e encontrar uma conexão mais profunda com Deus. Acredita que essa prática é uma forma de alcançar a verdadeira liberdade, libertando-se das paixões e desejos mundanos.

Seguindo essa perspectiva, a conversão e a graça divina são elementos centrais na experiência de Agostinho. Sua própria conversão ao cristianismo foi um processo gradual de mudança interior, marcado por uma revelação profunda. Ele reconhece que a graça de Deus é essencial para o verdadeiro autoconhecimento e para a transformação espiritual. A graça não apenas inicia a conversão, mas também sustenta o crescimento espiritual contínuo, permitindo ao ser humano viver em conformidade com a vontade divina.

A alma humana como criada à imagem e semelhança de Deus, com uma estrutura trinitária composta por memória, entendimento e vontade. Essas faculdades refletem a imagem da Trindade e são essenciais para o autoconhecimento e para a compreensão de Deus. Desenvolver essas faculdades permite ao ser humano alcançar um maior entendimento de si mesmo e uma conexão mais profunda com o divino, nos levando a uma força.

O amor é a força motriz da vida humana e da busca interior, segundo Agostinho. Ele argumenta que o que amamos define quem somos, e que amar a Deus acima de todas as coisas é essencial para encontrar o verdadeiro "eu". O amor divino transforma a alma, guiando-a em direção à perfeição espiritual e à verdadeira felicidade. Além disso, o amor a Deus se manifesta no amor ao próximo, sendo fundamental para uma vida cristã autêntica.

Em suma, Agostinho nos ensina que a inquietude do coração humano é um chamado para a busca de Deus, que a memória e a interioridade são ferramentas essenciais para o autoconhecimento, que a conversão e a graça divina são cruciais para a transformação espiritual, que a alma reflete a imagem de Deus, e que o amor é a força que direciona a vida em direção à verdadeira paz e realização. Sua filosofia nos convida a uma introspecção profunda e a uma vida centrada no divino, onde encontramos nosso verdadeiro propósito e identidade.

Deus os abençoe!





Papa Paulo II
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AGOSTINHO, Aurélio. Confissões. Tradução J. Oliveira Santos, S.J. e A, Ambrósio de Pina, S. J. São Paulo: Editora Nova Cultural (Coleção Os Pensadores), 2004.

______________. A Trindade. [Trad. do original latino e introd. Augustinho Belmonte; rev. Nair de Assis Oliveira]. São Paulo: Paulus, 1984

GUEBARRA, Flavio Martinez. De Encontro Com o Eu. São Paulo: Nepal, 2007.