PAVLVS, EPISCOPVS
SERVVS SERVORVM DEI
AD PERPETVAM REI MEMORIAM

A todos que lerem estas letras, saúde, paz e bem.

1. Nosso Senhor, em sua infinita sabedoria e bondade, inspira a Igreja em uma insondável quantia de carismas. Esses carismas, bem como as vocações, são via de salvação. Assim mesmo nos recorda São Paulo, “Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. “Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.”(1Coríntios 12:4-7) Assim sendo, para o bem da Igreja, o Espírito Santo concede que frutifiquem diversas regras e carismas de modo a atrair e cativar o maior número de seus filhos.

Dentre as muitas inspirações divinas, foi concedido a São Francisco criar sua própria regra religiosa. A escuta maior do Carisma Franciscano a fala ressonante do Crucifixo de São Damião: “Francisco, vai! Restaura a minha casa! Não vês que ela está em ruínas?” (LTC 5). Há uma voz que fala e uma capacidade de escuta. Vox, vocare, vocação. Alguém chama e diz. A escuta obedece de coração e vontade boa. As mãos imediatamente põem-se a reconstruir. “De boa vontade o farei, Senhor” (LTC 5).

2. São Francisco carregava em si a marca da busca pelas coisas do alto, e traz em sua regra esse ponto essencial. Ele nos ensina através de seu carisma que devemos estender nossa busca por Deus para muito além das realidades exteriores ou do mundo sensível, não devemos buscá-lo nas coisas mundanas, em prazeres, devemos buscá-lo na centralidade da Humildade, como fez São Francisco, procurou Deus nas coisas simples, vivendo como uma Pessoa simples.

Muitos podem julgar que qualquer serviço ou pensamento baseado nas orientações de um frade do XIII século sejam obsoletas e inaplicáveis a sociedade moderna. Entretanto, se observa justamente o oposto.

3. O pensamento pós-moderno entregou o mundo a uma frustrante busca da felicidade, como consequência, vemos uma sociedade cada vez mais fútil e hedonista. Por isso, mais que nunca essa sociedade precisa ter seus ouvidos abertos, precisam escutar aquilo que São Francisco professava "Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o Senhor."

Sede, portanto, amados filhos, essa voz que clama no deserto da pós-modernidade, levai aos oprimidos pelo julgo do pecado o suave fardo de Cristo. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, de modo que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para verem as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5: 14-16)

4. Em conformidade, após ter ouvido o parecer do Colégio dos Bispos, no uso de nossa autoridade, DECRETAMOS a abertura oficial da Ordem dos Frades Menores com o uso de todos os direitos dados as Sociedades de Vida Religiosa, bem como passa a ter os deveres inerentes à mesma, ficando a disposição da Sé Apostólica, para que se preste os devidos esclarecimentos, bem como caso necessário para prestar auxílio a ordem.

Requereu-se, também, pela parte destes nossos irmãos que fosse o Frei Carlos Gabriel Salvador, OFM, instalado o novo superior desta ordem, também exercendo seus preterimentos dispostos no estatuto instituitivo da ordem. Estando pendente de aprovação e instituição conferida por esta Sé, ouviu-se o capitulo como também o frei indicado. Não havendo impedimento, senão aprovação e espírito salutar, ACEITAMOS, APROVAMOS E DECRETAMOS a nomeação do Frei Carlos Gabriel Salvador, OFM, como Prior da Ordem dos Frades Menores, gozando de todos os direitos e zelando por todos os deveres e pela ordem dispostos em Estatuto e Regimento próprios.

5. Exortamos os irmãos da venerável ordem que sigam com fidelidade e obediência as disposições provenientes desta Sé Apostólica, exorto que vossa sede administrativa seja instalada em Roma. E desejamos que seja proveitosa a reabertura deste ramo da congregação, como também sejam numerosos os frutos de seus trabalhos para a vida da Igreja Universal.

Ainda declaro que deverá ser celebrada solenemente a missa de Inauguração oficial da ordem, e que seja lida a presente bula na celebração, celebrada por mim ou por alguém posteriormente delegado.

Exorto-vos então caríssimos filhos, que se entreguem nas bondosas mãos de vosso fundador, que São Francisco possa guiá-los em sua missão e que possas receber de Cristo a eterna recompensa.

Dado em Roma, junto a São Pedro, aos 18 dias de abril, do ano da graça do Senhor de 2024, segundo do nosso pontificado.