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COMUNIDADE CATÓLICA DE MINECRAFT - A UMA DÉCADA A SERVIÇO DA IGREJA

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Mensagem Pontíficia | Carmelitas de Maria Imaculada

 

IOANNES, EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI

À Congregação dos Carmelitas de Maria 
Imaculada e  a  todos que desta  lerem  ou desta
tomarem conhecimento, saudação e bênção apostólica.

Dirijo-me a vós, Irmãos Carmelitas de Maria Imaculada, que celebrais neste mês de Janeiro o Capítulo Geral. Num momento de graça e de renovação, que vos chama a discernir a missão da gloriosa Ordem carmelita, desejo oferecer-vos uma palavra de encorajamento e de esperança. O antigo carisma do Carmelo foi durante muito tempo um dom para toda a Igreja neste areópago digital, e ainda hoje continua a oferecer a sua contribuição peculiar para a edificação do Corpo de Cristo e para mostrar aos jovens o seu rosto luminoso e santo. As vossas origens contemplativas surgem da terra da epifania do amor eterno de Deus em Jesus Cristo, Verbo feito homem. Enquanto refletis sobre a vossa missão de Carmelitas de hoje, sugiro-vos que considereis três elementos que vos podem guiar na plena realização da vossa vocação que é a subida ao monte da perfeição: a reverência a Cristo, a oração e a missão.

1. Reverência.

A Igreja tem a missão de levar Cristo ao mundo e por isso, como Mãe e Mestra, convida cada um a aproximar-se d'Ele.

Na liturgia carmelita para a festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo contemplamos a Virgem que está “aos pés da Cruz de Cristo”. Aquele é também o lugar da Igreja: perto de Cristo. E é também o lugar de cada filho fiel da Ordem carmelita. A vossa Regra começa com a exortação aos irmãos a que «vivam uma vida de reverência a Jesus Cristo», para o seguir e servir com coração puro e indiviso. A estreita relação com Cristo realiza-se na solidão, na assembleia fraterna e na missão. «A opção fundamental de uma vida concreta e radicalmente dedicada à sequela de Cristo» torna a vossa existência uma peregrinação de transformação no amor. O Concílio Vaticano II recorda o papel da contemplação no caminho da vida: a Igreja tem “de fato a característica de ser ao mesmo tempo humana e divina, visível mas dotada de realidades invisíveis, fervorosa na ação e dedicada à contemplação, presente no mundo e contudo peregrina”. Os antigos eremitas do Monte Carmelo conservaram a memória daquele lugar santo e, mesmo se exilados ou distantes, mantinham o olhar e o coração constantemente fixos na glória de Deus. Refletindo sobre as vossas origens e sobre a vossa história e contemplando a imensa multidão de quantos viveram nos séculos o carisma carmelita, descobrireis também a vossa vocação atual de profetas de esperança. E é precisamente nesta esperança que sereis regenerados. Com frequência o que parece novo é algo muito antigo iluminado por uma luz nova.

Num mundo que com frequência menospreza Cristo e, de facto, o rejeita, vós sois convidados a aproximar-vos e a aderir cada vez mais a Ele. É uma chamada continua a seguir Cristo e a estar conformados com Ele. Isto é de importância vital no nosso mundo tão desorientado, “porque quando a sua chama se apaga também todas as outras luzes acabam por perder o seu vigor”. Cristo está presente na vossa fraternidade, na liturgia comunitária e no ministério que vos foi confiado: renovai-lhe a reverência de toda a vossa vida!

2. Oração.

O Santo Padre Bento XVI, recordou-vos que “a peregrinação interior de fé a Deus começa na oração”; e em Castel Gandolfo, disse “Vós sois aqueles que ensinam a rezar”. Vós definis-vos contemplativos no meio do povo. Com efeito, se é verdade que estais chamados a viver nas alturas do Carmelo, é de igual modo verdade que estais chamados a dar testemunho no meio do povo. A oração é aquele “caminho real” que abre à profundidade do mistério de Deus Uno e Trino, mas é também o caminho obrigatório que se abre no meio do povo de Deus peregrino no mundo rumo à Terra Prometida.

Um dos caminhos mais belos para entrar na oração passa através da Palavra de Deus. A lectio divina introduz na conversação direta com o Senhor e desvela os tesouros da sabedoria. A amizade íntima com Aquele que nos ama torna-nos capazes de ver com os olhos de Deus, de falar com a sua Palavra no coração, de conservar a beleza desta experiência e de a partilhar com quantos têm fome de eternidade.

Voltar à simplicidade de uma vida centrada no Evangelho é o desafio para a renovação da Igreja, comunidade de fé que encontra sempre percursos novos para evangelizar o mundo em contínua transformação. Os santos carmelitas foram grandes pregadores e mestres de oração. Isto é o que mais uma vez se pede ao Carmelo da Igreja em minecraft. Ao longo de toda a vossa história, os grandes Carmelitas foram uma forte chamada às raízes da contemplação, raízes sempre fecundas de oração. Aqui está o coração do vosso testemunho: a dimensão de “contemplatividade” da Ordem, que deve ser vivida, cultivada e transmitida. Gostaria que cada um se perguntasse: como é a minha vida de contemplação? Quanto tempo dedico durante o meu dia à oração e à contemplação? Um carmelita sem esta vida contemplativa é um corpo morto! Hoje, talvez mais do que no passado, é fácil deixar-se distrair pelas preocupações e pelos problemas deste mundo e fascinar por falsos ídolos. O nosso mundo está espedaçado de muitos modos; ao contrário o contemplativo volta à unidade e constitui uma forte chamada à unidade. Agora mais do que nunca é o momento de redescobrir o caminho interior do amor através da oração e oferecer ao povo de hoje no testemunho da contemplação, assim como na pregação e na missão, não atalhos inúteis, mas aquela sabedoria que sobressai do meditar “dia e noite na Lei do Senhor”, Palavra que conduz sempre junto da Cruz gloriosa de Cristo. E, juntamente com a contemplação, a austeridade de vida, que não é um aspecto secundário da vossa vida e do vosso testemunho. É uma tentação muito forte também para vós a de cair na mundanidade espiritual. O espírito do mundo é inimigo da vida de oração: nunca vos esqueçais disto! Exorto-vos a uma vida mais austera e penitente, segundo a vossa tradição mais autêntica, uma vida afastada de qualquer mundanidade, distante dos critérios do mundo, porém, sem deixar de estar presente, como na atualidade.

3. Missão.

Irmãos Carmelitas, a vossa missão é a mesma de Jesus. Qualquer planificação, qualquer confronto seriam pouco úteis, se o Capítulo não realizasse antes de mais um caminho de renovação verdadeira. Hoje a missão apresenta por vezes desafios árduos, porque a mensagem evangélica nem sempre é acolhida e por vezes até é rejeitada com violência. Nunca nos devemos esquecer de que, mesmo se somos lançados em águas turbulentas e desconhecidas, Aquele que nos chama à missão também nos dá a coragem e a força para a realizar. Por isso, celebrai o Capítulo animados pela esperança que nunca esmorece, com um forte espírito de generosidade para recuperar a vida contemplativa e a simplicidade e austeridade evangélicas.

O testemunho do Carmelo no passado pertence à profunda tradição espiritual que cresceu numa das maiores escolas de oração. Ela suscitou também a coragem de homens e mulheres que enfrentaram o perigo e até a morte. Recordemos apenas os dois grandes mártires contemporâneos: Santa Teresa Benedita da Cruz e São Titus Brandsma. Então pergunto-me: hoje entre vós, vive-se com a índole, com a coragem destes santos?

Irmãos do Carmelo, o testemunho do vosso amor e da vossa esperança, radicados na amizade profunda com o Deus vivente, pode chegar como uma “brisa leve” que renova e fortalece a vossa missão eclesial no mundo de hoje. Para isto fostes chamados. O Rito da Profissão coloca nos vossos lábios estas palavras: “Com esta profissão confio-me à família carmelita para viver ao serviço de Deus e na Igreja e aspirar pela caridade perfeita com a graça do Espírito Santo e com a ajuda da Bem-Aventurada Virgem Maria”.

A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, acompanhe os vossos passos e torne fecundo de frutos o caminho diário rumo ao Monte de Deus. Invoco sobre toda a Família Carmelita, e de modo particular sobre os Capitulares, abundantes dons do Divino Espírito, e a todos concedo de coração a implorada Bênção Apostólica.

Dado e passado em Roma, a vinte e cinco de janeiro do Ano Santo Vocacional de dois mil e vinte e três, festa da conversão de São Paulo, segundo de nosso Pontificado.



 IOANNES PP.
Pontifex Maximus