BENEDICTVS, EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI
A todos que estas letras lerem, em especial ao caríssimo filho Guilherme Bagaceiras, até então Bispo Auxiliar e Administrador Apostólico da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, nomeado Arcebispo Metropolitano desta mesma Igreja Particular, paz e bênção apostólica.
“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, do qual o Espírito Santo vos estabeleceu como bispos para apascentar a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si com seu sangue” (At 20, 38). Assim nos exorta o escritor divino. Devemos ser bons pastores, que guiam o rebanho do Senhor para a Jerusalém Celeste, e agindo como bispos estabelecidos não pelos homens, mas pelo próprio Espírito Santo. Somos enviados e conduzidos pelo Espírito Divino, que procede do Pai e do Filho, e é um só com Eles [1]. Os (arce)bispos ordinários de determinado local, têm a missão de “ensinar todas as gentes, de santificar os homens na Verdade e de os apascentar. Por isso, foram os Bispos constituídos, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiros e autênticos mestres, pontífices e pastores’’ [2]. Desta forma, é de suma importância que sejam designados servos idôneos para exercer esta missão ímpar, confiada por mandato apostólico, assistido pela divina luz do Espírito Santo.
Foi da vontade deste mesmo Espírito que ilumina e acompanha a Igreja em todos os momentos e decisões, que eu me sentasse nesta cátedra petrina, de onde se mantém a autoridade dada pelo próprio Cristo ao Bem-aventurado Pedro (cf. Mt 16, 18) e que se estendeu pela história por meio da sucessão apostólica até nós. Deste modo, volto o olhar à porção do povo de Deus que reside na Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Brasil. Esta circunscrição permanecia sem um pastor ordinário desde o pedido de renúncia apresentado pelo então Arcebispo, Dom Gustavo Bourbon duas Sicília, e aceita por nós. Para que este povo não ficasse abandonado, foi-lhe nomeado um administrador provisório, Dom Guilherme Bagaceiras, que permanece até a presente data com esta atribuição.
Tendo observado o trabalho diligente e zeloso que tens feito nesta igreja particular, cuidando do rebanho que lhe foi confiado e auxiliando em tudo aos presbíteros e epíscopos que estão sob vossa tutela, concluí que és digno de receber mais, pois fostes fiel no pouco (cf. Lc 16, 10). Assim sendo, sob a iluminação e auxílio do Divino Espírito, e com a autoridade e garantia de São Pedro, NOMEIO-TE Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, gozando de todos os direitos e deveres inerentes a esta condição. Que tomes posse da cátedra desta circunscrição, e que lhe seja imposto, pelas mãos no Núncio Apostólico, o pálio pastoral por mim abençoado. Sejam ainda lavradas três atas para serem arquivadas em nossos documentos, na Cúria Arquidiocesana e nos documentos da Nunciatura Apostólica para o Brasil.
Querido filho, exorto-te para que mantenhas seu trabalho pastoral e te esforces a cada vez mais para melhor servir ao Senhor na Sua Santa Igreja. Nunca te esqueças de andar amparado pela humildade, pela obediência e pela fé. A humildade dignifica o homem e nos coloca mais próximos do Cristo, que foi humilde mesmo sendo o Cristo prometido, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. A obediência confirma a fidelidade e nos prova, mesmo quando mais nos custa vestir o manto da obediência, é aí que podemos manifestar nossa comunhão, nosso amor, nosso zelo. A fé é por onde se deve guiar todas as nossas ações, devemos ter cada vez mais fé que Deus não nos abandona em nenhum momento, mas antes, se faz presente em nossas vidas por meios que apenas pela ótica da fé podemos enxergar.
Dirijo-me ainda ao povo de Deus que reside nesta arquidiocese Fluminense, de modo especial aos queridos padres, que já servem ao Senhor nesta terra abençoada pelo mártir São Sebastião. Exorto-vos para que possam colaborar diligentemente junto a teu novo arcebispo, intensifiquem cada vez mais suas orações e seus trabalhos em prol da construção do Reino de Deus e sempre se recordem daquilo que prometeu o Cristo àqueles que o servirem com amor e dedicação: “Aquele que me serve, meu Pai o honrará” (Jo 12, 26c).
Por fim, rogo à Santíssima Virgem Maria, sob o título de Imaculada Conceição Aparecida, padroeira de todo o Brasil, que rogue por ti nesta missão, e que lhe ampare mesmo nos momentos e tarefas mais árduas, e que interceda também por todo o rebanho residente nesta circunscrição, para que sejam dóceis e saibam ouvir a voz do pastor que hoje lhes é dado.
Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, no dia 07 de Novembro de 2021. Primeiro de nosso pontificado.
Benedictus, Pp. VII
Pontifex Maximus
Eu o subscrevi,
Frei Evaldo Jr, EP
