SACRUM CONCILIUM LATERANENSIS
CONSTITUIÇÃO CONCILIAR
“GENERATIO ELECTI”
SOBRE O EXERCÍCIO DO SACERDÓCIO
NA SANTA IGREJA DO MINECRAFT
IOANNES, EPISCOPUS
PRIMAS ITALIÆ ET ARCHIEPISCOPUS PROVINCIÆ
ROMANÆ METROPOLITANUM
DOMINUS STATUS VATICANÆ CIVITATIS
SERVUS SERVORUM DEI
VICARII FILII DEI
UNA CUM SACROSANCTI CONCILII
AD PERPETUAM REI MEMORIAM
PROÊMIO
INTRODUÇÃO
1. Somos Geração Eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua luz (Cf. 1Pd 2,9). Assim, escolhidos, recebemos o mais nobre dos ministérios que é proclamar de maneira incansável e perene a Boa-Nova de nosso Senhor Jesus Cristo [1]. Desde a Antiga Aliança nos é apresentada a imagem do sacerdote, eleito de Deus, dentre os homens, para “ministrarem e para pronunciarem bênçãos em nome do Senhor” (Dt 21,5), bem como também para fazer propiciação por aquele que pecar, a fim de lhe serem perdoadas as faltas (Cf. Nm 15,28). Na nova aliança, o Senhor Jesus, em sua peregrinação na terra, anunciou o Evangelho do Reino e inaugurou-o em Si próprio, revelando a todos os homens o seu mistério. Chamou homens e mulheres para O seguirem e, dentre os discípulos, escolheu doze para andarem com Ele (Mc 3,14), dando-lhe o nome de Apóstolos. O sacerdócio é um dom que herdamos por meio dos Seus Apóstolos. Cristo, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10,36), tornou-os Bispos, que são sucessores daqueles, participantes da Sua consagração e missão: e estes transmitiram legitimamente o múnus do seu ministério em grau diverso e a diversos sujeitos [2]. Sabendo, pois, da designação divina do sacerdócio, aprouve a este Sagrado Concílio voltar-se à análise da natureza do ministério sacerdotal em nosso orbe Minecraftiano, sobre o exercício desse múnus no âmbito virtual e a importância deste serviço como ato de entrega à vontade de Deus e ceder-se como canal da misericórdia divina.
✠ Evaldo Von Card. Habsburgo, Presidente da Comissão Conciliar para a Natureza Eclesial.
✠ Rikelme Santos Card. Feitosa, Auxiliar da Comissão Conciliar.
✠ João Paulo Soares, Auxiliar da Comissão Conciliar.
✠ Cícero Guilherme Ravelli Santos, Auxiliar da Comissão Conciliar.
CAPÍTULO I
DO SACERDÓCIO NA HISTÓRIA E SUAS EXPRESSÕES
MELQUISEDEQUE E AARÃO
2. Desde o princípio dos tempos, o Pastor Eterno escolheu para si homens que se dedicariam ao serviço do culto ao Deus Altíssimo, como é o caso de
Melquisedeque, Rei e Sacerdote (Cf. Gn 14,18). Prefigurando ainda a Santa Eucaristia, o Rei trouxe pão e vinho para saudar Abrão após a vitória sobre Codorlaomor e abençoou a Abrão cumprindo a determinação de que os sacerdotes seriam escolhidos a fim de ministrarem e pronunciarem bênçãos em nome do Senhor (Cf. Dt 21,5). “Chame seu irmão, Aarão, e separe-o dentre os israelitas, e também os seus filhos Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes” (Ex 28,1). Durante o período em que povo hebreu padecia no Egito e almejava por libertação, ao final do percurso, e terem sido libertos (Cf. Lv 11,45), ainda não possuíam sua identidade religiosa e nem política após passarem pelo exílio. Desse modo, Deus, agindo por bondade com aquele povo, dos quais seguiram Moisés à terra prometida, deu-lhes Aarão que aeria sua ponte entre Ele e os homens, o Seu sacerdote. Antes mesmo de chegarem à terra prometida, os povos de Israel ficaram 40 anos no deserto. Com o passar dos tempos, os israelitas se rebelaram contra Deus e se tornaram idólatras (Cf. Ex 32,4-7); entretanto, nesse meio apenas a tribo de Levi se manteve fiel e lutou contra as blasfêmias e idolatrias cometidas pelo povo. Por isso, Deus escolheu os levitas para trabalharem no serviço do templo. À vista disso, estes escolhidos, como povo determinado para cuidar do templo iam crescendo com a bênção de Deus e se tornando sacerdotes, pois descendiam de Aarão (Cf. Lv 1,10-11).
O NOVO SACERDÓCIO RÉGIO E COMUM
3. Precedendo ainda o sacerdócio ministerial, expresso por meio do chamado de Deus a servir a Ele, seja nos templos ou como oráculos do Senhor, há, sobretudo, o sacerdócio comum, pois Jesus Cristo fez do novo povo um “reino sacerdotal para seu Deus e Pai” (Ap 1,6; Cf. 5,9-10). Todos os batizados, pela regeneração e unção do Espírito Santo são consagrados para serem casa espiritual, sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores daquele que das
trevas os chamou à sua admirável luz (Cf. 1Pe 2,4-10). Por isso, todos os discípulos de Cristo, perseverando na oração e louvando a Deus (Cf. At 2,42-47), ofereçam-se a si mesmos como hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus (Cf. Rm 12,1), dêem testemunho de Cristo em toda a parte e àqueles que lhe pedirem dêem razão da esperança da vida eterna que neles habita (Cf. 1Pe 3,15) [3].
4. Usando uma outra imagem, a do edifício, o apóstolo Pedro define os batizados como pedras vivas edificadas sobre Cristo, a pedra angular, e destinadas à construção de um edifício espiritual (1Pe 2,4). A imagem introduz-nos num outro aspecto da novidade batismal, e que o Concílio Vaticano II assim apresenta: Pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, os batizados são consagrados para serem uma morada espiritual [4]. O Espírito Santo unge o batizado, imprime-lhe a Sua marca indelével (Cf. 2Co 1,21-22) e faz dele templo espiritual, isto é, enche-o com a santa presença de Deus, graças à união e à conformação com Jesus Cristo. Com essa espiritual unção, o cristão pode, por sua vez, repetir as palavras de Jesus: O Espírito do Senhor está sobre mim: por isso, me ungiu e me enviou para anunciar a Boa Nova aos pobres, para proclamar a libertação aos cativos, e aos cegos o recobrar da vista, para mandar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor (Lc 4,18-19; Is 61,1-2). Assim, com a efusão batismal e crismal o batizado torna-se participante na mesma missão de Jesus Cristo, o Messias Salvador.
DA PARTICIPAÇÃO NO MÚNUS PASTORAL E PROFÉTICO
5. Os fiéis leigos participam no múnus sacerdotal, pelo qual Jesus se ofereceu a Si mesmo sobre a Cruz e continuamente Se oferece na celebração da Eucaristia para glória do Pai e pela salvação da humanidade. Incorporados em Cristo Jesus, os batizados unem-se a Ele e ao Seu sacrifício, na oferta de si mesmos e de todas as suas atividades (Cf. Rm 12,1-2). Ao falar dos fiéis leigos, o Concílio Vaticano II diz: Todos os seus trabalhos, orações e empreendimentos apostólicos, a vida conjugal e familiar, o trabalho de cada dia, o descanso do espírito e do corpo, se forem feitos no Espírito, e as próprias incomodidades da vida, suportadas com paciência, se tornam em outros tantos sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (Cf. 1Pe 2,5); sacrifícios estes que são piedosamente oferecidos ao Pai, juntamente com a oblação do corpo doSenhor, na celebração da Eucaristia. E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo [5].
6. A participação no múnus profético de Cristo, que, pelo testemunho da vida e pela força da palavra, proclamou o Reino do Pai [6], habilita e empenha os fiéis leigos a aceitar, na fé, o Evangelho e a anunciá-lo com a palavra e com as obras, sem medo de denunciar corajosamente o mal. Unidos a Cristo, o grande profeta (Lc 7,16), e constituídos no Espírito testemunhas de Cristo Ressuscitado, os fiéis leigos tornam-se participantes quer do sentido de fé sobrenatural da Igreja que não pode errar no crer [7] quer da graça da palavra (Cf. At 2,17-18; Ap 19,10); eles são igualmente chamados a fazer brilhar a novidade e a força do Evangelho na sua vida quotidiana, familiar e social, e a manifestar, com paciência e coragem, nas contradições da época presente, na pluralidade das realidades virtuais, a sua esperança na glória também por meio das estruturas da vida secular [8].
CAPÍTULO II
DO SACERDÓCIO EM MINECRAFT
DA DIVERSIDADE E UNIDADE DAS FUNÇÕES E MINISTÉRIOS
7. Através de Cristo Jesus, que fora ungido pelo bálsamo do Espírito Divino, somos introduzidos na comunhão deste Corpo-Edifício santo e penetrados nos sagrados mistérios do sacerdócio real e santo (1Pe 2,9-10), deste modo, para garantir a unidade de sua Igreja assegurou que “nem todos os membros” teriam “a mesma função” (Rm 12,4). Destarte na realidade particular do Minecraft não é diferente, pois assim como na Igreja Universal, cada um é chamado a exercer com humildade, um ministério, tendo em vista que isso não prejudica de forma alguma à unidade da Igreja, pois é o dom de Deus que é disperso sobre todos, não nos tornando superiores uns que os outros, mas sim como complemento da fé em comunidade, sendo uma maneira de “conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4,3). “Enviando os Apóstolos assim como Ele tinha sido enviado pelo Pai” (1Pe 2,12), Cristo, através dos mesmos Apóstolos, tornou participantes da sua consagração e missão os sucessores deles, os Bispos, cujo cargo ministerial, em grau subordinado, foi confiado aos presbíteros, para que, constituídos na Ordem do presbiterado, fossem cooperadores da Ordem do episcopado para o desempenho perfeito da missão apostólica confiada por Cristo [9].
8. Tal perfeição só poderia ser realizada por Deus, em que os ministérios se completam e se mantém perpetuamente, sendo plenificados no Coração de Cristo; para que, no sacrifício eucarístico e pela ação dos demais sacramentos, possam continuar “arrebanhando as almas para Deus” como sua missão principal. Destarte, “participando, a seu modo, do múnus dos apóstolos, os presbíteros recebem de Deus a graça de serem ministros de Jesus Cristo no meio dos povos, desempenhando o sagrado ministério do Evangelho, para que seja aceita a oblação dos mesmos povos, santificada no Espírito Santo” [10]; desse modo, o ministério sacerdotal é a plenitude em Cristo, pois são subordinados aos seus sucessores, com a missão da pregação do Evangelho, da salvação, e das virtudes evangélicas.
OS PRESBÍTEROS, MINISTROS DA PALAVRA DE DEUS
9. O Povo de Deus é reunido pela palavra do Deus vivo [11], que é justíssimo esperar receber da boca dos sacerdotes (Cf. Mt 3,16; Lc 4,18; At 10,38;). Com efeito, como ninguém se pode salvar se antes não tiver acreditado (Cf. 1Pe 2,5. 9), os presbíteros, como cooperadores dos Bispos, têm, como primeiro dever, anunciar a todos o Evangelho de Deus (Cf. 1Pe 3,15), para que, realizando o mandato do Senhor: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a todas as criaturas (Mc 16,15) [12], constituam e aumentem o Povo de Deus. Com efeito, é pela palavra da salvação que a fé é suscitada no coração dos infiéis e alimentada no coração dos fiéis; e é mercê da fé que tem início e se desenvolve a assembleia dos crentes, segundo aquele dito do Apóstolo: a fé vem pelo ouvido, o ouvido, porém, pela palavra de Cristo (Rm 10,17). Por isso, os presbíteros são devedores de todos, para comunicarem a todos a verdade do Evangelho [13], de que gozam no Senhor.
10. Portanto, quer quando, por uma convivência edificante entre os povos, os levam a glorificar a Deus [14], quer quando, pregando abertamente, anunciam o mistério de Cristo aos que creem, quer quando ensinam o catecismo cristão ou explanam a doutrina da Igreja, quer quando procuram estudar à luz de Cristo as questões do seu tempo, sempre é próprio deles ensinar não a própria sabedoria, mas a palavra de Deus e convidar instantemente a todos à conversão e à santidade [15]. A pregação sacerdotal, não raro dificílima nas circunstâncias hodiernas do mundo, se deseja mover mais convenientemente as almas dos ouvintes, não deve limitar-se a expor de modo geral e abstrato a palavra de Deus, mas sim aplicar às circunstâncias concretas da vida a verdade perene do Evangelho. Assim se exerce de muitos modos o ministério da palavra segundo as diversas necessidades dos ouvintes e os carismas dos pregadores.
11. Na realidade cibernética do Minecraft onde existe diversos agrupamentos não-cristãos, ou protestantes, os homens são conduzidos à fé e aos sacramentos da salvação mediante a mensagem evangélica [16]; na comunidade dos cristãos, porém, sobretudo entre aqueles que parecem entender e acreditar pouco o que frequentam, é necessária a pregação da palavra para o próprio ministério dos sacramentos, enquanto são sacramentos da fé que nasce da palavra e da palavra se alimenta [17]; o que vale sobretudo para a liturgia da palavra na celebração da missa, na qual se unem intimamente a anunciação da morte e da ressurreição do Senhor, a resposta do povo ouvinte e a própria oblação com que Cristo confirmou a nova aliança no seu sangue; nessa oblação comungam os fiéis não só com o desejo mas também com a recepção do sacramento [18].
DO SACERDÓCIO DESPOJADO E SERVIÇAL
12. “Nós, sacerdotes, que somos? Somos Ministros de Cristo, seus servidores; porque tudo o que distribuímos, através de nosso serviço, não é coisa nossa, mas o colocamos para fora de sua dispensa. O ministério sacerdotal é o ato de despojo de si e entrega total ao Reino de Cristo, porque sua única missão é encaminhar-se ao reino dos céus, sem se esquecer de seu rebanho; este pastor deve, portanto, zelar por suas ovelhas (Lc 15,4-7), zelar pelo que fora confiado a ele pelo Espírito Santo, Aquele que age pelos ministros na santificação dos fiéis - visto que os sacramentos, as liturgias, por ação do Paráclito, santificam todos aqueles que tomam parte delas com boa vontade.
13. Desse modo, sendo um pastor que, estando próximo do rebanho, deve ter o cheiro delas, que deve estar no meio dos fiéis, onde deve se identificar, servir como exemplo de perseverança, amor, fé e caridade. Diante disso, os sacerdotes, aqueles que não possuem o episcopado e mesmo assim são ministros do Altíssimo e adoram sua magnificência e deidade, são chamados a ser “à imagem do Cristo, sumo e eterno sacerdote (Hb 5,1-10; 7,24; 9,11-28), para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino, como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento. Participantes, segundo o grau do seu ministério, da função de Cristo mediador único (1Tm 2,5), anunciando a todos a palavra de Deus. Mas é no culto, ou celebrações que exercem principalmente o seu múnus sagrado; nela, atuando em nome de Cristo e proclamando o Seu mistério, unem as preces dos fiéis ao sacrifício da cabeça e, na ação litúrgica, representam e aplicam, até à vinda do Senhor (1Coeg 11,26), o único sacrifício do Novo Testamento, ou seja, Cristo oferecendo-se, uma vez por todas, ao Pai, como hóstia imaculada (Hb 9, 11-28) [19].
DA MISSÃO DOS SACERDOTES NA REALIDADE VIRTUAL
14. “A organização eclesial da comunidade cristã presente no Minecraft demonstra sua principal missão: manifestar a glória da Igreja aos que se encontram neste âmbito virtual, para que se sintam chamados, de fato, ao cerne d'Ela, e, deste modo, possam encontrar-se com Cristo e suas particulares vocações, de modo especial os chamados ao presbiterado, que nos usa de diversas maneiras para conseguir almas para Ele.” [20]. Nesse ínterim, o sacerdote no Minecraft deve exercer a missão que seu próprio nome diz: ser um pai. Um pai que cuida de seus filhos, os fiéis, um pai que se preocupa com seus filhos e se esforça por eles. De tal modo, a missão do presbítero na Igreja virtual é ser o agente mais próximo do povo, seja trabalhando em suas paróquias, junto de seus fiéis, seja auxiliando os bispos mais como seus subordinados, organizando e participando de eventos que têm como objetivo alcançar àqueles que precisam ouvir o anúncio da boa nova. O Ministério Sacerdotal deve brotar do coração do Pai, pois, um sacerdócio que não se configura no coração amoroso de Deus, está condenado a ruínas.
15. O sacerdócio que brota do coração do Pai não tem medo de se doar, e se doa na gratuidade, na alegria, pois encontra em sua doação uma configuração cada vez mais perfeita com o coração de Deus, sobretudo, vê em si a imagem do Cristo, que se doou totalmente pela humanidade. Por conseguinte, o sacerdócio na realidade do Minecraft é chamado a ser o principal difusor da missão eclesiástica que exercemos por este meio virtual, pois devemos ser os primeiros “chamados para o serviço do Povo de Deus” [21], agindo através da pregação da boa-nova do Evangelho, por meio da dissimulação dos sacramentos [22], principalmente o da Eucaristia, para que possamos “levar à reconciliação com a Igreja, e, deste modo, com Deus entre aqueles que se separaram, bem como dizer palavras de Salvação para que todos naquele ambiente virtual possam se converter” [23].
16. Esta é a cerne do sacerdócio, difundir o amor de Deus por via do povo, isto é, aperfeiçoar os “cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo'” (Ef 4,12), instigando todos a cuidar do Reino dos Céus sobre a terra, a Mãe Igreja. “[...] Dar-vos-ei pastores - É essa a promessa do Deus da Vida, para o povo de Israel, promessa essa, que se completa em Jesus - ‘Ego sum pastor bonus’”, e que a Igreja, comunidade do Corpo do Senhor, toma para si como verdade e promessa. Os pastores do povo de Deus, são aqueles que, escolhidos do meio do povo, recebem o ministério do sacerdócio, para servir à comunidade dos batizados, e, que, buscam sempre ser o amor do Coração de Jesus. Por este batismo recebemos o sacerdócio régio, mas, por concessão dos sucessores de Clemente I, somos incorporados no sacerdócio real e ministerial, aquele que deve favorecer aos fiéis verdade e força, pois age em nome de Cristo, mesmo que neste âmbito virtual.
CAPÍTULO III
DA UNIDADE E OBEDIÊNCIA
AO SERVIÇO DA IGREJA E DO MUNDO
17. O sacerdote tem como referência fundamental a relação com Jesus Cristo Cabeça e Pastor: ele, de fato, participa de modo específico e autorizado, na “consagração/unção” e na “missão” de Cristo (Cf. Lc 4,18-19). Mas, intimamente ligada àquela, encontra-se a relação com a Igreja. Não se trata de “relações” simplesmente justapostas, mas profundamente unidas numa espécie de mútua imanência. A referência à Igreja inscreve-se na única e mesma referência do sacerdote a Cristo, no sentido que é a “representação sacramental” de Cristo a fundamentar e animar a relação e referência do sacerdote à Igreja. Neste sentido, enquanto representa Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, o sacerdote coloca-se não apenas na Igreja, mas também perante a Igreja. O sacerdócio, enquanto unido à Palavra de Deus e aos sinais sacramentais a cujo serviço se encontra, pertence aos elementos constitutivos da Igreja. O ministério do presbítero existe em favor da Igreja; é para a promoção do exercício do sacerdócio comum de todo o Povo de Deus; ordena-se não apenas para a Igreja particular, mas também para a Igreja universal [24], em comunhão com o Bispo, com Pedro e sob a autoridade de Pedro. Mediante o sacerdócio do Bispo, o sacerdócio da segunda ordem incorpora-se na estrutura apostólica da Igreja. Desta forma, o presbítero, como os apóstolos, exerce funções de embaixador de Cristo (Cf. 2Co 5,20). Nisto se fundamenta a índole missionária de todos e cada um dos sacerdotes.
18. O ministério ordenado, em virtude da sua própria natureza, pode ser exercido somente na medida em que o presbítero estiver unido a Cristo mediante a inserção sacramental na ordem presbiteral e, conseguinte, enquanto se encontrar em comunhão hierárquica com o próprio Bispo. O ministério ordenado tem uma radical “forma comunitária” e pode apenas ser assumido como “obra coletiva” [25]. Sobre esta natureza de comunhão do sacerdócio se deteve longamente o Concílio [26], examinando distintamente a relação do presbítero com o seu Bispo, com os demais presbíteros e com os próprios leigos. O ministério do presbítero é, antes de mais nada, comunhão e colaboração responsável e necessária no ministério do Bispo, na solicitude pela Igreja universal e por cada Igreja particular para cujo serviço eles constituem, juntamente com o Bispo, um único presbitério.
19. Cada sacerdote, seja diocesano ou religioso, está unido aos outros membros deste presbitério, na base do sacramento da Ordem, por particulares vínculos de caridade apostólica, de ministério e de fraternidade. De fato, todos os presbíteros, quer diocesanos quer religiosos, participam do único sacerdócio de Cristo Cabeça e Pastor, trabalham para a mesma causa, isto é, “a edificação do Corpo de Cristo, que, especialmente em nossos dias, requer múltiplas atividades e novas adaptações” [27], e se enriquece, no decurso dos séculos, de carismas sempre novos. Finalmente os presbíteros, dado que a sua figura e o seu papel na Igreja não substitui, mas antes promovem o sacerdócio batismal de todo o Povo de Deus, conduzindo-o à sua plena atuação eclesial, encontram-se numa relação positiva e promotora com os leigos. Eles estão ao serviço da fé, esperança e caridade destes. Reconhecem e sustentam a sua dignidade de filhos de Deus como amigos e irmãos, ajudando-os a exercitar em plenitude o seu papel específico no âmbito da missão da Igreja [28].
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
20. Este Sagrado Concílio, reunido sob a autoridade petrina que repousa sob o Santo Padre, o Papa, debruçou-se a analisar, nesta Constituição, a natureza do ministério sacerdotal no âmbito da realidade virtual do Minecraft, nosso meio de evangelização. Somos povo escolhido para proclamar as bem-aventuranças daquele que nos selecionou dentre os muitos. Este nos capacita a sermos anunciadores da Sua Palavra e, sobretudo, sinais vivos de Sua presença também neste jogo. Muito para além do jogo, devemos exercer nosso ministério de padres/pais e guiar os que se dispõem de coração a ingressar neste apostolado rumo à santidade de vida a qual todos somos convidados (Cf. Mt. 5,48).
21. O sacerdote nesta missão evangelizadora virtual, é chamado a ser pastor, pai e professor. Pastor ao passo que governa e conduz o rebanho confiado a ele, guiando-o nos rumos aplainados do Senhor, e que, a Seu exemplo, estão prontos a dar a vida pelas suas ovelhas (Cf. Jo 10,11). A ser pai na medida em que deve dar atenção, acolhimento e conselhos paternos, sem esquecer-se da correção quando necessária. E também professor, tendo a responsabilidade de zelar pela formação dos que são confiados ao seu cuidado, para que seu povo não se perca por falta de conhecimento (Cf. Os 4,6). Enquanto ainda, o presbítero desenvolve suas diversas atribuições e ministérios no Corpo Místico de Cristo, a Igreja, vivendo em plena união com os irmãos, filial obediência e comunhão para aqueles constituídos sucessores dos apóstolos por meio da ininterrupta sucessão apostólica e sob a plena autoridade do Vigário de Nosso Senhor na terra, o Sumo Pontífice.
✠ Henrique Azevedo Card. Gänswein
✠ Evaldo Von Card. Habsburgo
✠ Pietro Albuquerque Card. Ferraz
✠ Otávio Silva Card. Sousa
✠ Júlio Hoffman Card. Sarto
✠ Rikelme Santos Card. Feitosa
✠ Kauan Fernandes Card. Castelli
✠ Matheus Alves Card. Souza
✠ Felipe Ferreira Card. Ratzinger
✠ Miguel Diniz Card. Steiner
✠ João Paulo Soares
✠ Daniel Souza Bezerra
✠ Cícero Guilherme Ravelli Santos
✠ Edivaldo Bergoglio Wojtyła
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[1] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (18);
[2] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (25,26,27);
[3] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (10);
[4] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (10);
[5] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (34);
[6] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (35);
[7] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (12);
[8] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (35);
[9] Decreto “Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes;
[10] Decreto “Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes; Cap. I, n.º 2;
[11] Concílio Vaticano II, Constituição “Sacrosanctum Concilium”, 4 dez. 1963: AAS 56 (1946), p. 97 s.; Constituição Dogmática “Lumen Gentium”: AAS 57 (1965), p. 5 s.; Decreto “Episcoporum munere in Ecelesia, Christus Dominus”; Decreto “Optatam totius”;
[12] Cf. Ap 19,10; Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumen Gentium”: n.º 35: AAS 57 (1965), p. 40-41;
[13] Concílio de Trento, Sessão XXIII, cap. 1 e can. 1: Denz. 957 e 961 (1764 e 1771);
[14] Cf. Jo. 20,21; Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, n.º 18: AAS 57 (1965), p. 21-22;
[15] Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, n.º 28: AAS 57 (1965), p. 33-36;
[16] Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, n. 28: AAS 57 (1965), p. 33-36;
[17] Cf. Pontifical Romano, “Ordenação dos Presbíteros”, Prefácio. Estas palavras encontram-se já no “Sacramentariam Veronense” (ed. L. C. Möhlberg, Roma, 1956, p. 122); no “Missale Francorum” (ed. C. Möhlberg, Roma, 1957, p. 9); no
“Liber Sacramentorum Romanae Ecclesiae” (ed. L. C. Möhlberg, Roma, 1960, p. 25); no “Pontificale Romanum-germanicum” (ed. Vogel-Elze, Cidade do Vaticano, 1963, vol. I, p. 34);
[18] Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, n. 10: AAS 57 (1965), p. 14-15;
[19] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (28);
[20] Constituição Conciliar “EUNTES IN MUNDUM” - Sobre a Natureza da Igreja em Minecraft, Cap. II (Da Igreja no Minecraft), n.º 11;
[21] Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja (28);
[22] Os Sacramento da Igreja na sua dimensão Canônico-Pastoral, Jesús Hortal, S.J - Edições Loyla, Página 34, VIII;
[23] Constituição Conciliar “EUNTES IN MUNDUM” - Sobre a Natureza da Igreja em Minecraft, Cap. III (Das celebrações da Igreja), n.º 16;
[24] Cf. Decreto “Presbyterorum Ordinis'', do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, n.º 10;
[25] Angelus (25 de Fevereiro de 1990): L'Osservatore Romano 26-27/02/1990;
[26] Decreto “Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, n.º 7-9;
[27] Decreto “Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, n.º 7;
[28] Decreto “Presbyterorum Ordinis”, do Concílio Vaticano II, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI, sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, n.º 9.