Este site não pertence à Igreja Católica na realidade. Somos uma representação dela em um jogo virtual conhecido como Minecraft.

COM. CATÓLICA DE MINECRAFT - 10 ANOS DE PEREGRINAÇÃO

COM. CATÓLICA DE MINECRAFT - 10 ANOS DE PEREGRINAÇÃO
Mes de la Biblia: "La esperanza no defrauda" (Rm 5,5)

Carta Apostólica | De Vita Aeterna et Resurrectione

EPISTULA APOSTOLICA
SUMMI PONTIFICIS
BENEDICTI PP. VIII

DE VIDA AETERNA 
ET RESURRECTIONE

——————————————————


BENEDICTUS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI

AOS BISPOS
AOS PRESBÍTEROS E AOS DIÁCONOS
ÀS PESSOAS CONSAGRADAS
E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS
SOBRE A VIDA ETERNA E A RESSURREIÇÃO 


 Manete in dilectione mea!
(Jo 15,9)

[PT]

De Vita Aeterna et Resurrectione. A fé cristã se ergue sobre um alicerce: a vitória de Jesus Cristo sobre a morte. Crer na vida eterna e na ressurreição é acolher o centro do Evangelho, o coração pulsante da nossa esperança. São Paulo declara com clareza: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Cor 15,14). Toda a vida cristã, desde o Batismo até o último suspiro, é uma participação neste mistério pascal, pelo qual fomos libertos do pecado e introduzidos na promessa de uma vida que não terá fim.

A ressurreição de Cristo não é apenas um fato do passado, mas uma realidade viva que continua a agir no presente. “A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pelo cristianismo primitivo, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida nos documentos do Novo Testamento, e pregada como parte essencial do Mistério Pascal” (CIC, n. 638). Assim, quando confessamos no Credo: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”, estamos proclamando que nossa existência não termina na morte, mas é transformada em comunhão eterna com Deus.

A vida eterna é o cumprimento da promessa que Deus inscreveu no coração humano desde a criação. “Deus criou o homem para a incorruptibilidade e o fez à imagem da sua própria natureza” (Sb 2,23). O ser humano não foi feito para o nada, mas para a plenitude. A morte entrou no mundo como consequência do pecado, mas Cristo, novo Adão, venceu o poder da morte com sua obediência e amor. “Assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados” (1Cor 15,22). O que era o fim se tornou passagem; o túmulo tornou-se porta aberta para a eternidade.

A ressurreição é, portanto, a vitória da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado, da esperança sobre o desespero. E esta vitória, que pertence a Cristo, é compartilhada conosco pela fé e pelos sacramentos. Pelo Batismo, somos mergulhados na morte de Cristo para ressurgir com Ele a uma vida nova (cf. Rm 6,3-5). “Crendo em Jesus Cristo, participando dos seus sacramentos, o cristão já passa da morte para a vida” (CIC, n. 1002). A fé, assim, não é apenas uma expectativa futura, mas uma transformação presente: o crente já vive a eternidade em germe, pois participa da própria vida de Deus.

A promessa da vida eterna não é um consolo ilusório nem uma fuga das realidades terrenas. Pelo contrário, é a luz que dá sentido a todas as lutas e dores do presente. Quando Cristo diz: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11,25), Ele não apenas anuncia uma verdade futura, mas revela que n’Ele a vida venceu para sempre. O cristão, portanto, é chamado a viver cada dia com os olhos voltados para o céu, mas com os pés firmes na terra, servindo, amando e perdoando, porque tudo o que é vivido no amor já participa da eternidade.

A vida eterna “é esta vida de comunhão perfeita com a Santíssima Trindade, com a Virgem Maria, os anjos e todos os bem-aventurados” (CIC, n. 1024). Esta comunhão é o céu. E o céu não é um lugar físico, mas o estado de felicidade plena e definitiva do ser humano, “em que se realiza perfeitamente a vocação do homem à comunhão com Deus” (CIC, n. 1024). Viver na terra com fé, esperança e caridade é, de certo modo, antecipar essa comunhão.

Por isso, a vida cristã é um caminho pascal: morrer para o pecado e ressuscitar para o amor. “Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8). Esta é a dinâmica de todo o discipulado: seguir o Senhor que passa pela cruz para chegar à glória. A cruz, longe de ser um fracasso, é a semente da ressurreição. “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só; mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24). Cada sofrimento assumido com fé, cada ato de entrega e perdão, é uma participação neste mistério que culmina na vida eterna.

Mas a ressurreição não é apenas individual. A fé cristã proclama “a ressurreição da carne”, isto é, a restauração total do ser humano, corpo e alma, no fim dos tempos. “A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: acreditando nela, somos cristãos” (CIC, n. 991). Assim como Cristo ressuscitou com o seu corpo glorioso, também nós ressuscitaremos: “Ele transformará o nosso corpo de miséria, conformando-o ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Essa esperança não é mera poesia espiritual, mas a afirmação de que tudo o que é humano — nossa história, nossos gestos, nossos sofrimentos — será assumido e transfigurado pela graça divina.

A certeza da ressurreição nos convida a viver a vida terrena com responsabilidade e amor. Acreditar na vida eterna é reconhecer que tudo tem sentido à luz de Deus. É viver não para si mesmo, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós (cf. 2Cor 5,15). A fé na ressurreição exige de nós uma conversão contínua: deixar o homem velho e revestir-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade (cf. Ef 4,22-24). A vida eterna começa aqui, quando vivemos em comunhão com Cristo e em serviço aos irmãos.

A Eucaristia é o sinal mais poderoso dessa comunhão entre o tempo e a eternidade. Nela, “o pão terreno se torna o Pão do Céu”, e o Cristo ressuscitado se faz presente como alimento da vida imortal. Jesus mesmo declarou: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). Cada vez que participamos da Eucaristia, o céu toca a terra, e nós tocamos a eternidade.

 “A morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo da graça e da misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida segundo o desígnio divino” (CIC, n. 1013). Mas ela não é o fim da vida. Para quem crê, a morte é uma passagem, um êxodo para o abraço eterno de Deus. “Partir e estar com Cristo é muito melhor” (Fl 1,23), dizia São Paulo. Essa certeza não elimina a dor da separação, mas enche de esperança os que choram, porque sabem que “Deus enxugará toda lágrima de seus olhos. A morte já não existirá, e não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, porque as coisas antigas passaram” (Ap 21,4).

A esperança cristã, portanto, é uma força ativa que transforma o mundo. Quem crê na vida eterna defende a vida presente. O amor que nos prepara para o céu é o mesmo que nos faz lutar pela justiça, pela paz e pela dignidade de cada pessoa humana. A fé na ressurreição não nos afasta da realidade, mas nos compromete ainda mais com ela. Sabemos que a vida é sagrada porque é eterna em Deus.

Por fim, é preciso recordar que a vida eterna é dom, e não conquista. É graça que se recebe pela fé e se acolhe na humildade. “A vida eterna é conhecer-te a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que tu enviaste” (Jo 17,3). O céu é, em última instância, o encontro definitivo com o Amor.

Que esta fé nos sustente em meio às provações, ilumine nossas escolhas e nos faça caminhar com alegria rumo à plenitude.  E que possamos repetir com São Paulo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça” (2Tm 4,7-8).


[ES]


De Vita Aeterna et Resurrectione. La fe cristiana se edifica sobre un fundamento sólido: la victoria de Jesucristo sobre la muerte. Creer en la vida eterna y en la resurrección es acoger el centro del Evangelio, el corazón palpitante de nuestra esperanza. San Pablo lo declara con claridad: “Si Cristo no resucitó, vana es nuestra predicación y vana también es vuestra fe” (1 Co 15,14). Toda la vida cristiana, desde el Bautismo hasta el último suspiro, es una participación en este misterio pascual, por el cual hemos sido liberados del pecado e introducidos en la promesa de una vida que no tendrá fin.

La resurrección de Cristo no es solo un hecho del pasado, sino una realidad viva que continúa actuando en el presente. “La resurrección de Jesús es la verdad culminante de nuestra fe en Cristo, creída y vivida como verdad central por el cristianismo primitivo, transmitida como fundamental por la Tradición, establecida en los documentos del Nuevo Testamento y predicada como parte esencial del Misterio Pascual” (CIC, n. 638). Así, cuando confesamos en el Credo: “Creo en la resurrección de la carne y en la vida eterna”, proclamamos que nuestra existencia no termina con la muerte, sino que es transformada en comunión eterna con Dios.

La vida eterna es el cumplimiento de la promesa que Dios inscribió en el corazón humano desde la creación. “Dios creó al hombre para la incorruptibilidad y lo hizo a imagen de su propia naturaleza” (Sb 2,23). El ser humano no fue hecho para la nada, sino para la plenitud. La muerte entró en el mundo como consecuencia del pecado, pero Cristo, nuevo Adán, venció el poder de la muerte con su obediencia y su amor. “Así como en Adán todos mueren, así también en Cristo todos serán vivificados” (1 Co 15,22). Lo que era el fin se ha convertido en un paso; la tumba se ha transformado en una puerta abierta hacia la eternidad.

La resurrección es, por tanto, la victoria de la vida sobre la muerte, de la gracia sobre el pecado, de la esperanza sobre la desesperación. Y esta victoria, que pertenece a Cristo, es compartida con nosotros por medio de la fe y de los sacramentos. Por el Bautismo, somos sumergidos en la muerte de Cristo para resucitar con Él a una vida nueva (cf. Rm 6,3-5). “Creyendo en Jesucristo, participando de sus sacramentos, el cristiano ya pasa de la muerte a la vida” (CIC, n. 1002). La fe, así, no es solo una expectativa futura, sino una transformación presente: el creyente ya vive la eternidad en germen, pues participa de la misma vida de Dios.

La promesa de la vida eterna no es un consuelo ilusorio ni una huida de las realidades terrenas. Por el contrario, es la luz que da sentido a todas las luchas y dolores del presente. Cuando Cristo dice: “Yo soy la resurrección y la vida; el que cree en mí, aunque muera, vivirá” (Jn 11,25), no anuncia solamente una verdad futura, sino que revela que en Él la vida ha vencido para siempre. El cristiano, por tanto, está llamado a vivir cada día con los ojos puestos en el cielo, pero con los pies firmes en la tierra, sirviendo, amando y perdonando, porque todo lo que se vive en el amor ya participa de la eternidad.

La vida eterna “es esta vida de comunión perfecta con la Santísima Trinidad, con la Virgen María, los ángeles y todos los bienaventurados” (CIC, n. 1024). Esta comunión es el cielo. Y el cielo no es un lugar físico, sino el estado de felicidad plena y definitiva del ser humano, “en el cual se realiza perfectamente la vocación del hombre a la comunión con Dios” (CIC, n. 1024). Vivir en la tierra con fe, esperanza y caridad es, de algún modo, anticipar esa comunión.

Por eso, la vida cristiana es un camino pascual: morir al pecado y resucitar al amor. “Si hemos muerto con Cristo, creemos que también viviremos con Él” (Rm 6,8). Esta es la dinámica de todo discipulado: seguir al Señor que pasa por la cruz para llegar a la gloria. La cruz, lejos de ser un fracaso, es la semilla de la resurrección. “Si el grano de trigo que cae en la tierra no muere, queda solo; pero si muere, produce mucho fruto” (Jn 12,24). Cada sufrimiento asumido con fe, cada acto de entrega y de perdón, es una participación en este misterio que culmina en la vida eterna.

Pero la resurrección no es solo individual. La fe cristiana proclama “la resurrección de la carne”, es decir, la restauración total del ser humano, cuerpo y alma, al final de los tiempos. El Catecismo enseña: “La resurrección de los muertos es la fe de los cristianos: creyendo en ella, somos cristianos” (CIC, n. 991). Así como Cristo resucitó con su cuerpo glorioso, también nosotros resucitaremos: “Él transformará nuestro cuerpo de miseria, conformándolo a su cuerpo glorioso” (Flp 3,21). Esta esperanza no es una mera poesía espiritual, sino la afirmación de que todo lo humano —nuestra historia, nuestros gestos, nuestros sufrimientos— será asumido y transfigurado por la gracia divina.

La certeza de la resurrección nos invita a vivir la vida terrena con responsabilidad y amor. Creer en la vida eterna es reconocer que todo tiene sentido a la luz de Dios. Es vivir no para uno mismo, sino para Aquel que murió y resucitó por nosotros (cf. 2 Co 5,15). La fe en la resurrección exige de nosotros una conversión continua: dejar al hombre viejo y revestirse del hombre nuevo, creado según Dios en la justicia y la santidad (cf. Ef 4,22-24). La vida eterna comienza aquí, cuando vivimos en comunión con Cristo y en servicio a los hermanos.

La Eucaristía es el signo más poderoso de esta comunión entre el tiempo y la eternidad. En ella, “el pan terrenal se convierte en Pan del Cielo”, y el Cristo resucitado se hace presente como alimento de la vida inmortal. Jesús mismo declaró: “El que come mi carne y bebe mi sangre tiene vida eterna, y yo lo resucitaré en el último día” (Jn 6,54). Cada vez que participamos en la Eucaristía, el cielo toca la tierra, y nosotros tocamos la eternidad.

El Catecismo enseña además que “la muerte es el fin de la peregrinación terrena del hombre, del tiempo de gracia y de misericordia que Dios le ofrece para realizar su vida según el designio divino” (CIC, n. 1013). Pero no es el fin de la vida. Para quien cree, la muerte es un paso, un éxodo hacia el abrazo eterno de Dios. “Partir y estar con Cristo es muchísimo mejor” (Flp 1,23), decía San Pablo. Esta certeza no elimina el dolor de la separación, pero llena de esperanza a los que lloran, porque saben que “Dios enjugará toda lágrima de sus ojos. Y la muerte no existirá más; no habrá duelo, ni llanto, ni dolor, porque las cosas antiguas pasaron” (Ap 21,4).

La esperanza cristiana, por tanto, es una fuerza activa que transforma el mundo. Quien cree en la vida eterna defiende la vida presente. El amor que nos prepara para el cielo es el mismo que nos impulsa a luchar por la justicia, la paz y la dignidad de cada persona humana. La fe en la resurrección no nos aparta de la realidad, sino que nos compromete aún más con ella. Sabemos que la vida es sagrada porque es eterna en Dios.

Finalmente, es necesario recordar que la vida eterna es don, no conquista. Es gracia que se recibe por la fe y se acoge con humildad. “La vida eterna es que te conozcan a ti, el único Dios verdadero, y a Jesucristo, a quien has enviado” (Jn 17,3). El cielo es, en última instancia, el encuentro definitivo con el Amor.

Que esta fe nos sostenga en medio de las pruebas, ilumine nuestras decisiones y nos haga caminar con alegría hacia la plenitud. Y que podamos repetir con San Pablo: “He combatido el buen combate, he terminado la carrera, he guardado la fe. Por lo demás, me está reservada la corona de justicia” (2 Tm 4,7-8).



Benedictus Pp. VIII
Pontifex Maximus