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COMUNIDADE CATÓLICA DE MINECRAFT - A UMA DÉCADA A SERVIÇO DA IGREJA

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Oremus pro pontificem nostro, Benedictus

Catequese Pontifícia || O Sínodo

 

BENEDICTUS EPISCOPVS

CATEQUESE


O Sínodo: Caminho de Comunhão e Discernimento na Igreja

(BR)

O Sínodo é uma realidade profundamente ligada ao coração da Igreja e à vida de cada batizado. Em tempos em que somos chamados a caminhar juntos, na escuta mútua e no discernimento comunitário, o Sínodo revela-se como expressão viva do povo de Deus que busca fazer a vontade do Senhor com docilidade ao Espírito Santo.

A palavra "Sínodo" provém do grego sýnodos, que se compõe de syn (com, junto) e hodós (caminho). Significa, portanto, “caminhar juntos”. Essa imagem, tão rica, expressa o modo como a Igreja entende sua missão no mundo: não como um grupo isolado, mas como um povo em peregrinação, unido, escutando a Palavra de Deus e discernindo à luz do Espírito Santo. Essa realidade já aparece nos Atos dos Apóstolos, especialmente no Concílio de Jerusalém (At 15), onde a comunidade, diante de uma controvérsia doutrinal, reuniu-se para discernir. A decisão foi tomada em oração e comunhão, expressa nas palavras: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…” (At 15,28). Ali se manifesta o coração do Sínodo: a escuta conjunta de Deus e dos irmãos.

Desde os primeiros séculos, os sínodos estiveram presentes na vida da Igreja, como reuniões de bispos para tratar de questões doutrinais, disciplinares ou pastorais. No Ocidente, os concílios provinciais e plenários tiveram especial importância durante a Idade Média, e no Oriente, os sínodos patriarcais exerceram função semelhante. No entanto, no contexto moderno, o Sínodo ganhou renovada importância com o Concílio Vaticano II. Em 1965, São Paulo VI instituiu o Sínodo dos Bispos através do Motu Proprio Apostolica Sollicitudo, como expressão concreta da colegialidade episcopal. O Sínodo dos Bispos é convocado pelo Papa e tem caráter consultivo, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja universal, com a colaboração dos bispos do mundo inteiro.

Diversos documentos do Magistério da Igreja nos ajudam a compreender a riqueza do Sínodo. O Concílio Vaticano II, especialmente na Constituição Dogmática Lumen Gentium, destaca a natureza colegial do episcopado e a participação de todos os fiéis na missão da Igreja. O documento Apostolica Sollicitudo (1965), de São Paulo VI, institui oficialmente o Sínodo dos Bispos, indicando sua relevância no governo eclesial. O Código de Direito Canônico de 1983 também traz normas específicas sobre os sínodos universais e diocesanos. Em tempos mais recentes, destaca-se o documento da Comissão Teológica Internacional A sinodalidade na vida e na missão da Igreja (2018), publicado sob o pontificado do Papa Francisco, que aprofunda teologicamente a sinodalidade como dimensão constitutiva da Igreja.  Episcopalis Communio (2018), também do Papa Francisco, reformula a estrutura do Sínodo dos Bispos, promovendo a participação mais ampla de todo o povo de Deus, inclusive permitindo que suas conclusões tenham valor magisterial, caso aprovadas e confirmadas pelo Pontífice.

O Sínodo, portanto, não é apenas um evento ocasional, mas um modo de ser da Igreja. Ele se expressa em diversas estruturas e níveis. Em primeiro lugar, o Sínodo dos Bispos, que pode ser ordinário, extraordinário ou especial, conforme o tema e a urgência. Representantes dos episcopados de todo o mundo se reúnem, convocados pelo Papa, para refletir sobre questões pastorais ou doutrinais. Entre os exemplos recentes, estão o Sínodo para a Amazônia (2019) e o atual Sínodo sobre a Sinodalidade (2021-2024). Além disso, existem os sínodos diocesanos, convocados pelos bispos locais, com a participação do clero e dos fiéis da diocese, como momentos privilegiados de escuta e renovação pastoral. Também são expressões sinodais os conselhos pastorais e presbiterais, que, nas dioceses e paróquias, colaboram com o discernimento eclesial. De forma ainda mais ampla, destacam-se as assembleias continentais e eclesiais, como a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe (México, 2021), que buscam escutar todas as vozes do povo de Deus.

Para o Papa Francisco, a sinodalidade é a via que Deus espera da Igreja no terceiro milênio. No seu discurso por ocasião dos 50 anos do Sínodo dos Bispos (2015), ele afirmou que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”. A sinodalidade não é apenas um método ou estrutura de organização, mas uma espiritualidade, uma maneira de viver a fé em comunhão. Ela supõe três atitudes fundamentais: escutar, discernir e participar. Escutar a todos, especialmente os pobres, os jovens e os marginalizados, com o coração aberto. Discernir à luz do Evangelho, com oração, diálogo e abertura ao Espírito. Participar da vida e missão da Igreja, superando o clericalismo e promovendo a corresponsabilidade entre todos os batizados.

Uma Igreja sinodal não é uma utopia, mas um chamado à conversão pastoral. Todos somos convidados a ser protagonistas desse caminho em nossas comunidades, paróquias e dioceses. O Sínodo nos impulsiona a sermos uma Igreja em saída, aberta ao mundo, missionária, capaz de acolher, curar e evangelizar com ternura.

Sínodo é um dom e uma tarefa. É a expressão da Igreja que, como em Emaús (cf. Lc 24), caminha com Jesus, escuta sua Palavra e parte o Pão da vida. É um convite a todos nós para caminharmos juntos, sob a guia do Espírito Santo, discernindo o que Deus quer da sua Igreja hoje. Não devemos ter medo do Sínodo. Ele não é uma ameaça à doutrina, mas uma abertura à conversão. Não nos leva a abandonar a fé, mas a vivê-la de forma mais profunda, amorosa e responsável.


25 de junho de 2025
Permaneçam no amor!




Benedictus Pp.VIII
Pontifex Maximvs

(ESP)


El Sínodo: Camino de Comunión y Discernimiento en la Iglesia

El Sínodo es una realidad profundamente vinculada al corazón de la Iglesia y a la vida de cada bautizado. En tiempos en los que somos llamados a caminar juntos, en escucha mutua y discernimiento comunitario, el Sínodo se revela como una expresión viva del Pueblo de Dios que busca hacer la voluntad del Señor con docilidad al Espíritu Santo.

La palabra “Sínodo” proviene del griego sýnodos, compuesta por syn (con, juntos) y hodós (camino). Por lo tanto, significa literalmente “caminar juntos”. Esta imagen, tan rica, expresa cómo la Iglesia comprende su misión en el mundo: no como un grupo aislado, sino como un pueblo peregrino, unido, que escucha la Palabra de Dios y discierne a la luz del Espíritu. Esta realidad ya aparece en los Hechos de los Apóstoles, especialmente en el Concilio de Jerusalén (Hch 15), donde la comunidad, ante una controversia doctrinal, se reúne para discernir. La decisión se toma en oración y comunión, expresada en las palabras: “Ha parecido bien al Espíritu Santo y a nosotros…” (Hch 15,28). Allí se manifiesta el corazón del Sínodo: la escucha conjunta de Dios y de los hermanos.

Desde los primeros siglos, los sínodos han estado presentes en la vida de la Iglesia como reuniones de obispos para tratar cuestiones doctrinales, disciplinares o pastorales. En Occidente, los concilios provinciales y plenarios tuvieron especial importancia en la Edad Media, mientras que en Oriente, los sínodos patriarcales cumplieron una función semejante. No obstante, en el contexto moderno, el Sínodo adquirió un nuevo impulso con el Concilio Vaticano II. En 1965, San Pablo VI instituyó el Sínodo de los Obispos mediante el Motu Proprio Apostolica Sollicitudo, como expresión concreta de la colegialidad episcopal. Este Sínodo, convocado por el Papa, tiene carácter consultivo y ayuda al Santo Padre en el gobierno de la Iglesia universal con la colaboración de los obispos de todo el mundo.

Diversos documentos del Magisterio de la Iglesia nos ayudan a comprender la riqueza del Sínodo. El Concilio Vaticano II, especialmente en la Constitución Dogmática Lumen Gentium, resalta la naturaleza colegial del episcopado y la participación de todos los fieles en la misión de la Iglesia. El documento Apostolica Sollicitudo (1965), de San Pablo VI, instituye formalmente el Sínodo de los Obispos y destaca su importancia en el gobierno eclesial. El Código de Derecho Canónico de 1983 establece normas específicas sobre los sínodos universales y diocesanos. Más recientemente, destaca el documento de la Comisión Teológica Internacional La sinodalidad en la vida y misión de la Iglesia (2018), publicado bajo el pontificado del Papa Francisco, que profundiza teológicamente el concepto de sinodalidad como una dimensión constitutiva de la Iglesia. La Constitución Apostólica Episcopalis Communio (2018), también del Papa Francisco, reformula la estructura del Sínodo de los Obispos, promoviendo una participación más amplia de todo el pueblo de Dios, incluso permitiendo que sus conclusiones adquieran valor magisterial si son aprobadas y confirmadas por el Papa.

El Sínodo, por tanto, no es solo un evento ocasional, sino una forma de ser Iglesia. Se expresa en diversas estructuras y niveles. En primer lugar, el Sínodo de los Obispos, que puede ser ordinario, extraordinario o especial, según el tema y la urgencia. Representantes de las conferencias episcopales del mundo se reúnen, convocados por el Papa, para reflexionar sobre temas pastorales o doctrinales. Ejemplos recientes son el Sínodo para la Amazonía (2019) y el actual Sínodo sobre la Sinodalidad (2021-2024). Además, existen los sínodos diocesanos, convocados por los obispos locales con la participación del clero y los fieles de la diócesis, como momentos privilegiados de escucha y renovación pastoral. También son expresión sinodal los consejos pastorales y presbiterales, que en diócesis y parroquias colaboran con el discernimiento eclesial. De forma aún más amplia, cabe destacar las asambleas continentales y eclesiales, como la Asamblea Eclesial de América Latina y el Caribe (México, 2021), que buscan escuchar todas las voces del Pueblo de Dios.

Para el Papa Francisco, la sinodalidad es el camino que Dios espera de la Iglesia en el tercer milenio. En su discurso con motivo de los 50 años del Sínodo de los Obispos (2015), afirmó que “el camino de la sinodalidad es el camino que Dios espera de la Iglesia del tercer milenio”. La sinodalidad no es solo un método o estructura organizativa, sino una espiritualidad, una forma de vivir la fe en comunión. Supone tres actitudes fundamentales: escuchar, discernir y participar. Escuchar a todos, especialmente a los pobres, los jóvenes y los marginados, con el corazón abierto. Discernir a la luz del Evangelio, con oración, diálogo y apertura al Espíritu. Participar en la vida y misión de la Iglesia, superando el clericalismo y promoviendo la corresponsabilidad entre todos los bautizados.

Una Iglesia sinodal no es una utopía, sino un llamado a la conversión pastoral. Todos estamos invitados a ser protagonistas de este camino en nuestras comunidades, parroquias y diócesis. El Sínodo nos impulsa a ser una Iglesia en salida, abierta al mundo, misionera, capaz de acoger, sanar y evangelizar con ternura.

En resumen, el Sínodo es un don y una tarea. Es la expresión de una Iglesia que, como en Emaús (cf. Lc 24), camina con Jesús, escucha su Palabra y parte el Pan de la Vida. Es una invitación a todos nosotros a caminar juntos, bajo la guía del Espíritu Santo, discerniendo lo que Dios quiere de su Iglesia hoy. No debemos temer al Sínodo. No es una amenaza para la doctrina, sino una apertura a la conversión. No nos aleja de la fe, sino que nos llama a vivirla de forma más profunda, amorosa y responsable.


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CONCÍLIO VATICANO II. Lumen Gentium: Constituição Dogmática sobre a Igreja. In: CONCÍLIO VATICANO II. Documentos do Vaticano II. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

PAPA PAULO VI. Apostolica Sollicitudo: Motu Proprio sobre a instituição do Sínodo dos Bispos, 15 set. 1965. Disponível em: https://www.vatican.va. Acesso em: 22 jun. 2025.

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. Codex Iuris Canonici. Promulgado por João Paulo II em 25 de janeiro de 1983. São Paulo: Loyola, 2001.

COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL. A sinodalidade na vida e na missão da Igreja. Vaticano, 2 mar. 2018. Disponível em: https://www.vatican.va. Acesso em: 22 jun. 2025.

PAPA FRANCISCO. Episcopalis Communio: Constituição Apostólica sobre o Sínodo dos Bispos, 15 set. 2018. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana. Disponível em: https://www.vatican.va. Acesso em: 22 jun. 2025.

PAPA FRANCISCO. Discurso por ocasião do 50º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos. 17 out. 2015. Disponível em: https://www.vatican.va. Acesso em: 22 jun. 2025.

CONFERÊNCIA ECLESIAL DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE (CELAM). Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: Documento de discernimento. Cidade do México, nov. 2021. Disponível em: https://asambleaeclesial.lat. Acesso em: 22 jun. 2025.