SEMANÁRIO LITÚRGICO-CATEQUÉTICO
V DOMINGO DA QUARESMA
06.04.2025
RITOS INICIAIS
CANTO DE ENTRADA
(Fazei Justiça, ó Meu Deus - Pe. José Weber)
Reunido o povo, o sacerdote dirige-se com os ministros ao altar, enquanto se executa o canto de entrada.
FAZEI JUSTIÇA, Ó MEU DEUS,
E DEFENDEI-ME;
CONTRA A GENTE IMPIEDOSA,
LIBERTAI-ME
E DO HOMEM PERVERSO E MENTIROSO
VINDE SALVAR-ME E PROTEGER-ME,
Ó SENHOR.(BIS)
ENVIAI VOSSA LUZ, VOSSA VERDADE;
ELAS SERÃO O MEU GUIA;
QUE ME LEVEM AO VOSSO MONTE SANTO,
ATÉ A VOSSA MORADA.
ENTÃO IREI AOS ALTARES DO SENHOR,
DEUS DA MINHA ALEGRIA.
VOSSO LOUVOR CANTAREI AO SOM DA HARPA,
MEU SENHOR E MEU DEUS!
PORQUE TE ENTRISTECES, MINH'ALMA,
A GEMER NO MEU PEITO?
ESPERA EM DEUS! LOUVAREI NOVAMENTE
O MEU DEUS SALVADOR!
Chegando ao altar, faz com os ministros uma profunda inclinação, beija o altar em sinal de veneração e, se for oportuno, incensa a cruz e o altar. Depois se dirige com os ministros à cadeira.
ANTÍFONA DE ENTRADA
(Cf. Sl 42, 1-2)
Se não há cântico de entrada, recita-se a antífona:
℣.: Fazei justiça, ó Deus, e defendei-me contra a gente impiedosa; do homem perverso e mentiroso libertai-me, ó Senhor! Sois vós o meu Deus e meu refúgio.
SAUDAÇÃO INICIAL
Terminado o canto de entrada, o sacerdote e os fiéis, todos de pé, fazem o sinal da cruz, enquanto o sacerdote, voltado para o povo, diz:
Pres.: Em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
℟.: Amém.
Pres.: A vós, irmãos, paz e fé da parte de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
℟.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
O sacerdote, o diácono ou outro ministro poderá, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia.
ATO PENITENCIAL
O sacerdote convida os fiéis ao ato penitencial:
Pres.: Irmãos e irmãs, reconheçamos os nossos pecados, para celebrarmos dignamente os santos mistérios.
℣.: Senhor, que na água e no Espírito nos regenerastes à vossa imagem, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, Senhor, tende piedade de nós!
℣.: Cristo, que enviais o vosso Espírito para criar em nós um coração novo, tende piedade de nós.
℟.: Cristo, Cristo, tende piedade de nós!
℣.: Senhor, que nos tornastes participantes do vosso Corpo e do vosso Sangue, tende piedade de nós.
℟.: Senhor, Senhor, tende piedade de nós!
Segue-se a absolvição sacerdotal:
Pres.: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
℟.: Amém.
ORAÇÃO DA COLETA
(Silêncio)
Terminado o hino, de mãos unidas, o sacerdote diz:
Pres.: Oremos.
Então o sacerdote, de braços abertos, profere a oração Coleta:
Senhor nosso Deus, dai-nos por vossa graça caminhar com alegria na mesma caridade que levou o vosso Filho a entregar-se à morte no seu amor pelo mundo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
℟.: Amém.
LITURGIA DA PALAVRA
PRIMEIRA LEITURA
(Is 43, 16-21)
Leitor: Leitura do Livro do Profeta Isaías
Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: “Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca. Hão de glorificar-me os animais selvagens, os dragões e os avestruzes, porque fiz brotar água no deserto e rios na terra seca para dar de beber a meu povo, a meus escolhidos. Este povo, eu o criei para mim e ele cantará meus louvores”.
Leitor: Palavra do Senhor.
℟.: Graças a Deus.
SALMO RESPONSORIAL
(Sl 125(126))
℟. MARAVILHAS FEZ CONOSCO O SENHOR, EXULTEMOS DE ALEGRIA!
— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções. ℟.
— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria! ℟.
— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes, no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria. ℟.
— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes! ℟.
— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes, no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria. ℟.
— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes! ℟.
SEGUNDA LEITURA
(Fl 3, 8-14)
Leitor: Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Na verdade, considero tudo como perda diante da vantagem suprema que consiste em conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele eu perdi tudo. Considero tudo como lixo, para ganhar Cristo e ser encontrado unido a ele, não com minha justiça provindo da Lei, mas com a justiça por meio da fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé. Esta consiste em conhecer a Cristo, experimentar a força da sua ressurreição, ficar em comunhão com os seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos. Não que já tenha recebido tudo isso ou que já seja perfeito. Mas corro para alcançá-lo, visto que já fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo já tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, eu faço: esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus.
Leitor: Palavra do Senhor.
℟.: Graças a Deus.
ACLAMAÇÃO DO EVANGELHO
GLÓRIA A VÓS, Ó CRISTO,
VERBO DE DEUS.
GLÓRIA A VÓS, Ó CRISTO,
VERBO DE DEUS.
AGORA, EIS O QUE DIZ O SENHOR:
DE CORAÇÃO CONVERTEI-VOS A MIM,
POIS SOU BOM, COMPASSIVO E CLEMENTE.
GLÓRIA A VÓS, Ó CRISTO,
VERBO DE DEUS.
GLÓRIA A VÓS, Ó CRISTO,
VERBO DE DEUS.
Enquanto isso, o sacerdote, quando se usa incenso, coloca-o no turíbulo. O diácono, que vai proclamar o Evangelho, inclinando-se profundamente diante do sacerdote, pede a bênção em voz baixa:
℣.: Dá-me a tua bênção.
O sacerdote diz em voz baixa:
Pres.: O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu Evangelho: em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
O diácono faz o sinal da cruz e responde:
℣.: Amém.
℣.: Dá-me a tua bênção.
O sacerdote diz em voz baixa:
Pres.: O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu Evangelho: em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
O diácono faz o sinal da cruz e responde:
℣.: Amém.
Se não houver diácono, o sacerdote, inclinado diante do altar, reza em silêncio:
℣.: Ó Deus todo-poderoso, purificai-me o coração e os lábios, para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho
℣.: Ó Deus todo-poderoso, purificai-me o coração e os lábios, para que eu anuncie dignamente o vosso santo Evangelho
EVANGELHO
(Jo 8, 1-11)
O diácono ou o sacerdote dirige-se ao ambão, acompanhado, se for oportuno, pelos ministros com o incenso e velas, e diz:
℣.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
℣.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
O diácono ou o sacerdote diz:
℣.: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João.
℟.: Glória a vós, Senhor.
Então o diácono ou o sacerdote, se for oportuno, incensa o livro e proclama o Evangelho.
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?” Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo. Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles?” Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
Terminado o Evangelho, o diácono ou o sacerdote aclama:
℣.: Palavra da Salvação.
℟.: Glória a vós, Senhor.
℣.: Palavra da Salvação.
℟.: Glória a vós, Senhor.
Depois beija o livro, dizendo em silêncio
HOMILIA
Em seguida, faz-se a homilia, que compete ao sacerdote ou diácono; ela é obrigatória em todos domingos e festas de preceito e recomendada também nos outros dias.
PROFISSÃO DE FÉ
(Símbolo dos Apóstolos)
℣.: Professemos a nossa fé:
℟.: Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Pres.: Irmãs e irmãos em Cristo: Pela Igreja e por nós próprios, oremos ao Pai celeste que espera sempre e perdoa aos filhos que regressam, dizendo (ou: cantando):
℟.: Renovai-nos, Senhor, no vosso Espírito.
1. Para que o Papa Clemente, os bispos e os presbíteros, ministros do perdão que vem de Deus, acolham os pecadores que se convertem, oremos.
2. Para que os fiéis que se afastaram de Deus Pai, caindo em si, sintam o desejo de voltar e participem de novo nos dons da Igreja, oremos.
3. Para que os homens que não sabem perdoar aprendam a fazer festa e a alegrar-se, sempre que os pecadores voltam à vida, oremos.
4. Para que as famílias que têm filhos pródigos ofereçam a Cristo a sua dor e a sua cruz e d’Ele recebam a alegria do reencontro, oremos.
5. Para que nós próprios e toda a nossa comunidade (paroquial), participando na celebração da penitência, nos preparemos para celebrar a Páscoa, oremos.
Pres.: Senhor, nosso Deus, que abraçais os filhos que regressam e para eles preparais uma grande festa, fazei que todos os fiéis que Vos suplicam experimentem o vosso perdão libertador. Por Cristo Senhor nosso.℟.: Amém.
LITURGIA EUCARÍSTICA
OFERTÓRIO
(Sê Bendito)
Inicia-se o canto da preparação das oferendas, enquanto os ministros colocam no altar o corporal, o sanguinho, o cálice, a pala e o Missal.
SÊ BENDITO, SENHOR PARA SEMPRE
PELOS FRUTOS DAS NOSSAS JORNADAS!
REPARTIDOS NA MESA DO REINO,
ANUNCIAM A PAZ ALMEJADA!
SENHOR DA VIDA,
TU ÉS A NOSSA SALVAÇÃO!
AO PREPARARMOS A TUA MESA,
EM TI BUSCAMOS RESSURREIÇÃO!
SÊ BENDITO, SENHOR PARA SEMPRE
PELOS MARES, OS RIOS E AS FONTES!
NOS RECORDAM A TUA JUSTIÇA,
QUE NOS LEVAM A UM NOVO HORIZONTE!
SÊ BENDITO, SENHOR PARA SEMPRE
PELAS BÊNÇÃOS QUAL CHUVA TORRENTE!
TU FECUNDAS O CHÃO DESTA VIDA
QUE ABRIGA UMA NOVA SEMENTE!
Convém que os fiéis expressem sua participação trazendo uma oferenda, seja pão e vinho para a celebração da Eucaristia, seja outro donativo para auxílio da comunidade e dos pobres.
O sacerdote, de pé junto ao altar, recebe a patena com o pão em suas mãos e, levantando-a um pouco sobre o altar, diz em silêncio
Em seguida, coloca a patena com o pão sobre o corporal.
O diácono ou o sacerdote coloca vinho e um pouco d'água no cálice, rezando em silêncio
Em seguida, o sacerdote recebe o cálice em suas mãos e, elevando-o um pouco sobre o altar, diz em silêncio.
Coloca o cálice sobre o corporal.
Em seguida o sacerdote, profundamente inclinado, reza em silêncio
E, se for oportuno, incensa as oferendas, a cruz e o altar. Depois, o diácono ou outro ministro incensa o sacerdote e o povo.
Em seguida, o sacerdote, de pé ao lado do altar, lava as mãos, dizendo em silêncio
CONVITE À ORAÇÃO
Estando, depois, no meio do altar e voltado para o povo, o sacerdote estende e une as mãos e diz:
Pres.: Orai, irmãos e irmãs, para que o sacrifício da Igreja, nesta pausa restauradora na caminhada rumo ao céu, seja aceito por Deus Pai todo-poderoso.
℟.: Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a sua santa Igreja.
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
Em seguida, abrindo os braços, o sacerdote profere a oração sobre as oferendas:
Pres.: Ouvi-nos, Deus todo-poderoso, e concedei que vossos fiéis, impregnados dos ensinamentos da fé cristã, sejam purificados pela ação deste sacrifício. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
PREFÁCIO
O êxodo no deserto quaresmal
Começando a Oração Eucarística, o sacerdote abre os braços e diz ou canta:
℣.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
Erguendo as mãos, o sacerdote prossegue:
℣.: Corações ao alto.
℟.: O nosso coração está em Deus.
O sacerdote, com os braços abertos, acrescenta:
℣.: Demos graças ao Senhor, nosso Deus.
℟.: É nosso dever e nossa salvação.
O sacerdote, de braços abertos, reza ou canta o Prefácio.
Pres.: Na verdade, é digno e justo, é nosso dever e salvação louvar-vos, Pai santo, rico em misericórdia, e bendizer vosso nome em nossa caminhada para a luz da Páscoa, seguindo os passos de Cristo, mestre e modelo da humanidade, reconciliada e vivificada no amor. Vós reabris para a Igreja, durante esta Quaresma, a estrada do êxodo, para que ela, aos pés da montanha sagrada, humildemente tome consciência de sua vocação de povo da Aliança, convocado para cantar os vossos louvores, escutar a vossa Palavra e experimentar os vossos prodígios. Por isso, vendo com alegria estes sinais de salvação, unidos aos Anjos, ministros da vossa glória, proclamamos os vossos louvores, cantando (dizendo) a uma só voz:
SANTO, SANTO, SANTO
SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR
SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR
O CÉU E A TERRA, PROCLAMAM VOSSA GLÓRIA.
HOSANA NAS ALTURAS!
SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR
SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR
ORAÇÃO EUCARÍSTICA II
O sacerdote, de braços abertos, diz:
Pres.: Na verdade, ó Pai, vós sois Santo, fonte de toda santidade.
Une as mãos e, estendendo-as sobre as oferendas, diz:
Santificai, pois,estes dons, derramando sobre eles o vosso Espírito,
une as mãos e traça o sinal da cruz, ao mesmo tempo sobre o pão e o cálice, dizendo:
a fim de que se tornem para nós o Corpo e + o Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.
A assembleia aclama:
℟.: Enviai o vosso Espírito Santo!
O relato da instituição da Eucaristia seja proferido de modo claro e audível, como requer a sua natureza.
Pres.: Estando para ser entregue e abraçando livremente a paixão,
toma o pão e, mantendo-o um pouco elevado acima do altar, prossegue:
Jesus tomou o pão, pronunciou a bênção de ação de graças, partiu e o deu a seus discípulos.
inclina-se levemente
Mostra ao povo a hóstia consagrada, coloca-a na patena e genuflete em adoração.
Então prossegue:
Do mesmo modo, no fim da ceia,
toma o cálice nas mãos e, mantendo-o um pouco elevado acima do altar, prossegue:
ele tomou o cálice em suas mãos e, dando graças novamente, o entregou a seus discípulos.
inclina-se levemente
Mostra o cálice ao povo, coloca-o sobre o corporal e genuflete em adoração.
Pres.: Mistério da fé para a salvação do mundo!
A assembleia aclama:
℟.: Salvador do mundo, salvai-nos, vós que nos libertastes pela cruz e ressurreição.
O sacerdote, de braços abertos, diz:
Pres.: Celebrando, pois, o memorial da morte e ressurreição do vosso Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o Pão da vida e o Cálice da salvação; e vos agradecemos porque nos tornastes dignos de estar aqui na vossa presença e vos servir.
A assembleia aclama:
℟.: Aceitai, ó Senhor, a nossa oferta!
Pres.: Suplicantes, vos pedimos que, participando do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo num só corpo.
A assembleia aclama:
℟.: O Espírito nos una num só corpo!
1C: Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja que se faz presente pelo mundo inteiro; e aqui convocada no dia em que Cristo venceu a morte e nos fez participantes de sua vida imortal; que ela cresça na caridade, em comunhão com o Papa Clemente, com o nosso Bispo N.*, os bispos do mundo inteiro, os presbíteros, os diáconos e todos os ministros do vosso povo.
(*) Aqui pode-se fazer menção dos Bispos Coadjutores ou Auxiliares, conforme vem indicado na Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 149.
A assembleia aclama:
℟.: Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja!
2C: Lembrai-vos também, na vossa misericórdia, dos (outros) nossos irmãos e irmãs que adormeceram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida; acolhei-os junto a vós na luz da vossa face.
A assembleia aclama:
℟.: Concedei-lhes, ó Senhor, a luz eterna!
3C: Enfim, nós vos pedimos, tende piedade de todos nós e dai-nos participar da vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os Apóstolos, (São N.: Santo do dia ou padroeiro) e todos os Santos que neste mundo viveram na vossa amizade, a fim de vos louvarmos e glorificarmos
une as mãos
por Jesus Cristo, vosso Filho.
DOXOLOGIA
Ergue a patena com a hóstia e o cálice, dizendo:
Pres.: POR CRISTO, COM CRISTO, E EM CRISTO, A VÓS DEUS PAI TODO-PODEROSO, NA UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO, TODA HONRA E TODA GLÓRIA, POR TODOS OS SÉCULOS DOS SÉCULOS.
A assembleia aclama:
℟.: AMÉM
RITO DA COMUNHÃO
Tendo colocado o cálice e a patena sobre o altar, o sacerdote diz, de mãos unidas:
Pres.: Obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer:
O sacerdote abre os braços e prossegue com o povo:
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
O sacerdote prossegue sozinho, de braços abertos:
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo.
O sacerdote une as mãos.
Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
Pres.: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda do nosso Salvador, Jesus Cristo.
O sacerdote une as mãos.
Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre!
O sacerdote, de braços abertos, diz em voz alta:
Pres.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade.
O sacerdote une as mãos e conclui:
Vós, que sois Deus com o Pai e o Espírito Santo.
O povo responde:
Amém.
Pres.: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade.
O sacerdote une as mãos e conclui:
Vós, que sois Deus com o Pai e o Espírito Santo.
O povo responde:
Amém.
O sacerdote, voltado para o povo, estendendo e unindo as mãos, acrescenta:
Pres.: A paz do Senhor esteja sempre convosco.
℟.: O amor de Cristo nos uniu.
Pres.: A paz do Senhor esteja sempre convosco.
℟.: O amor de Cristo nos uniu.
FRACÇÃO DO PÃO
Em seguida, o sacerdote parte o pão consagrado sobre a patena e coloca um pedaço no cálice, rezando em silêncio
CORDEIRO DE DEUS, QUE TIRAIS O PECADO DO MUNDO
TENDE PIEDADE DE NÓS
CORDEIRO DE DEUS, QUE TIRAIS O PECADO DO MUNDO
TENDE PIEDADE DE NÓS
CORDEIRO DE DEUS, QUE TIRAIS O PECADO DO MUNDO
DAI-NOS, DAI-NOS A VOSSA PAZ
Em seguida, o sacerdote, de mãos unidas, reza em silêncio
O sacerdote faz genuflexão, toma a hóstia na mão e, elevando-a um pouco sobre a patena ou sobre o cálice, diz em voz alta, voltado para o povo:
Pres.: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
E acrescenta, com o povo, uma só vez:
Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
E acrescenta, com o povo, uma só vez:
Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.
O sacerdote, voltado para o altar, reza em silêncio e reverentemente comunga o Corpo de Cristo.
Depois, segura o cálice e reza em silêncio e reverentemente comunga o Sangue de Cristo.
Depois, segura o cálice e reza em silêncio e reverentemente comunga o Sangue de Cristo.
Em seguida, toma a patena ou o cibório, aproxima-se dos que vão comungar e mostra a hóstia um pouco elevada a cada um deles, dizendo:
℣.: O Corpo de Cristo.
O que vai comungar responde:
℟.: Amém.
Enquanto o sacerdote comunga o Corpo de Cristo, faça se a oração de comunhão espiritual antes e logo em seguida inicia-se o canto da Comunhão.
COMUNHÃO
(Mulher, ninguém te condenou? - Pe. José Weber)
Inicia-se então o canto da comunhão:
MULHER, NINGUÉM TE CONDENOU?
NINGUÉM, SENHOR, ME CONDENOU.
POIS EU TAMBÉM NÃO TE CONDENO:
VAI EM PAZ, NÃO PEQUES MAIS!
O SENHOR É O PASTOR QUE ME CONDUZ;
NÃO ME FALTA COISA ALGUMA.
PELOS PRADOS E CAMPINAS VERDEJANTES
ELE ME LEVA A DESCANSAR.
PARA AS ÁGUAS REPOUSANTES ME ENCAMINHA
E RESTAURA AS MINHAS FORÇAS.
ELE ME GUIA NO CAMINHO MAIS SEGURO,
PELA HONRA DE SEU NOME.
MESMO QUE EU PASSE PELO VALE TENEBROSO,
NENHUM MAL EU TEMEREI;
ESTAIS COMIGO COM BASTÃO E COM CAJADO;
ELES ME DÃO A SEGURANÇA!
PREPARAIS À MINHA FRENTE UMA MESA,
BEM À VISTA DO INIMIGO;
E COM ÓLEO VÓS UNGIS MINHA CABEÇA;
O MEU CÁLICE TRANSBORDA.
FELICIDADE E TODO O BEM HÃO DE SEGUIR-ME,
POR TODA A MINHA VIDA;
E, NA CASA DO SENHOR, HABITAREI
PELOS TEMPOS INFINITOS.
ANTÍFONA DA COMUNHÃO
Se, porém, não se canta, a antífona que vem no Missal pode ser recitada ou pelos fiéis, ou por alguns deles, ou por um leitor, ou então pelo próprio sacerdote depois de ter comungado e antes de dar a Comunhão aos fiéis:
℣.: Mulher, ninguém te condenou? Ninguém, Senhor. Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais. (Jo 8, 10-11)
Terminada a Comunhão, o sacerdote, o diácono ou acólito purifica a patena e o cálice.
Enquanto se faz a purificação, o sacerdote reza em silêncio:
Pres.: Fazei, Senhor, que conservemos num coração puro o que a nossa boca recebeu. E que esta dádiva temporal se transforme para nós em remédio eterno.
Então o sacerdote pode voltar à cadeira. É aconselhável guardar algum tempo de silêncio sagrado ou proferir um salmo ou outro cântico de louvor.
ORAÇÃO PÓS COMUNHÃO
Em seguida, junto ao altar ou à cadeira, o sacerdote, de pé, voltado para o povo, diz de mãos unidas:
Pres.: Oremos.
Em seguida, o sacerdote, de braços abertos, profere a oração Depois da comunhão.
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que sejamos sempre contados entre os membros de Cristo, cujo Corpo e Sangue comungamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Ao terminar, o povo aclama:
℟.: Amém.
Ao terminar, o povo aclama:
℟.: Amém.
BÊNÇÃO FINAL
(Oração sobre o Povo)
Em seguida, faz-se a despedida. O sacerdote, voltado para o povo, abre os braços e diz:
Pres.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
Pres.: O Senhor esteja convosco.
℟.: Ele está no meio de nós.
Pres.: Abençoai, Senhor, o vosso povo que espera o dom da vossa bondade e realizai os desejos que foram inspirados pela vossa generosidade. Por Cristo, nosso Senhor.
℟.: Amém.
Pres.: E a bênção de Deus todo-poderoso, Pai e Filho ✠ e Espírito Santo, desça sobre vós e permaneça para sempre.
℟.: Amém.℣.: Ide em paz, e glorificai o Senhor com vossa vida.
℟.: Graças a Deus.
Então o sacerdote beija o altar em sinal de veneração, como no início. Feita com os ministros a devida reverência, retira-se.
CANTO FINAL
Então o sacerdote beija o altar em sinal de veneração, como no início. Feita com os ministros a devida reverência, retira-se.
O CRISTO-DEUS SE FEZ HUMANO NESTA TERRA
E ÀS CRIATURAS DEU VALOR E ATENÇÃO
A VIDA PLENA, QUE NO MUNDO JÁ SE ESPERA
GANHA SENTIDO COM A NOSSA REDENÇÃO
AO ENTREGAR O PARAÍSO AO SER HUMANO
DEUS CONTEMPLOU SUA BELEZA E SEUS DONS
LOUVADO SEJA NOSSO PAI, O CRIADOR
DEUS VIU QUE TUDO, TUDO ERA MUITO BOM!
NO UNIVERSO TUDO ESTÁ INTERLIGADO
NELE VIVEMOS E, COM TODOS, “SOMOS UM”
NESTA QUARESMA, À CONVERSÃO, SOMOS CHAMADOS
CUIDEMOS TODOS DESTA CASA, QUE É COMUM!
AO ENTREGAR O PARAÍSO AO SER HUMANO
DEUS CONTEMPLOU SUA BELEZA E SEUS DONS
LOUVADO SEJA NOSSO PAI, O CRIADOR
DEUS VIU QUE TUDO, TUDO ERA MUITO BOM!
HÁ MUITO TEMPO, O LOUVOR DAS CRIATURAS
JÁ SE OUVIA EM UM CANTO UNIVERSAL
O SEU AUTOR, NOVA EXPRESSÃO ELE INAUGURA
“FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL”
AO ENTREGAR O PARAÍSO AO SER HUMANO
DEUS CONTEMPLOU SUA BELEZA E SEUS DONS
LOUVADO SEJA NOSSO PAI, O CRIADOR
DEUS VIU QUE TUDO, TUDO ERA MUITO BOM!
O SER HUMANO TRANSFORMOU A REALIDADE
CAUSOU MAUS-TRATOS, DESTRUINDO A NATUREZA
ABANDONOU A LEI DE DEUS E SUA VERDADE
DESRESPEITANDO A CRIAÇÃO E SUA BELEZA
AO ENTREGAR O PARAÍSO AO SER HUMANO
DEUS CONTEMPLOU SUA BELEZA E SEUS DONS
LOUVADO SEJA NOSSO PAI, O CRIADOR
DEUS VIU QUE TUDO, TUDO ERA MUITO BOM!
DE TODA A TERRA EM NOSSAS MÃOS, EIS O CUIDADO
NÓS SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS PELA VIDA
ENQUANTO AQUI PEREGRINAMOS NA ESPERANÇA
A CRIAÇÃO EM NOVA PÁSCOA É RENASCIDA
AO ENTREGAR O PARAÍSO AO SER HUMANO
DEUS CONTEMPLOU SUA BELEZA E SEUS DONS
LOUVADO SEJA NOSSO PAI, O CRIADOR
DEUS VIU QUE TUDO, TUDO ERA MUITO BOM!
MEDITANDO A PALAVRA DE DEUS
(Pe. Pablo Arce Gargollo)
(Pe. Pablo Arce Gargollo)
Hoje vemos Jesus «escrever no chão, com o dedo» (Jo 8,6), como se estivesse, ao mesmo tempo, ocupado e entretido com algo mais do que escutar aqueles que acusam a mulher que lhe apresentam por ter sido «apanhada em adultério» (Jo 8,3).
Chama a atenção a serenidade e até mesmo o bom humor que vemos em Jesus Cristo, mesmo em momentos que, para outros, seriam de grande tensão. Trata-se de um ensinamento prático para cada um de nós nestes dias de vertiginosa velocidade, em que nossos nervos são frequentemente postos à prova.
A fuga silenciosa e envergonhada dos acusadores nos lembra que apenas Deus é juiz e que todos nós somos pecadores. Em nossa vida diária, seja no trabalho, nas relações familiares ou de amizade, fazemos juízos de valor. No entanto, algumas vezes, esses juízos são errôneos e acabam por obscurecer a boa reputação dos outros. Isso constitui uma verdadeira injustiça, que nos obriga a reparar o erro, tarefa nem sempre fácil. Ao contemplar Jesus em meio a essa “matilha” de acusadores, compreendemos bem o ensinamento de Santo Tomás de Aquino: «A justiça e a misericórdia estão tão unidas que uma sustenta a outra. A justiça sem misericórdia é crueldade, e a misericórdia sem justiça é ruína, destruição».
Devemos nos encher de alegria ao saber, com certeza, que Deus nos perdoa tudo, absolutamente tudo, no sacramento da confissão. Nestes dias de Quaresma, temos a magnífica oportunidade de recorrer Àquele que é rico em misericórdia, no sacramento da reconciliação.
Além disso, um propósito concreto para o dia de hoje: ao olhar para os outros, direi, no íntimo do meu coração, as mesmas palavras de Jesus: «Eu também não te condeno» (Jo 8,11).
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA 2025
Caminhemos juntos na esperança
Caminhemos juntos na esperança
Queridos irmãos e irmãs!
Com o sinal penitencial das cinzas sobre as nossas cabeças, iniciamos na fé e na esperança a peregrinação anual da Santa Quaresma. A Igreja, mãe e mestra, convida-nos a preparar os nossos corações e a abrir-nos à graça de Deus para podermos celebrar com grande alegria o triunfo pascal de Cristo, o Senhor, sobre o pecado e a morte, como exclamava São Paulo: «A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» ( 1Cor 15, 54-55). Realmente, Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é o centro da nossa fé e a garantia da nossa esperança na grande promessa do Pai, já realizada n’Ele, Seu Filho amado: a vida eterna (cf. Jo 10, 28; 17, 3) [1].
Nesta Quaresma, enriquecida pela graça do Ano Jubilar, gostaria de oferecer algumas reflexões sobre o que significa caminhar juntos na esperança e evidenciar os apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades.
Antes de tudo, caminhar. O lema do Jubileu – “Peregrinos de Esperança” – traz à mente a longa travessia do povo de Israel em direção à Terra Prometida, narrada no livro do Êxodo: a difícil passagem da escravidão para a liberdade, desejada e guiada pelo Senhor, que ama o seu povo e sempre lhe é fiel. E não podemos recordar o êxodo bíblico sem pensar em tantos irmãos e irmãs que, hoje, fogem de situações de miséria e violência e vão à procura de uma vida melhor para si e para seus entes queridos. Aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante.
Em segundo lugar, façamos esta viagem juntos. Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja [2]. Os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários. O Espírito Santo impele-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro de Deus e dos nossos irmãos, e nunca a fechar-nos em nós mesmos [3]. Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus (cf. Gl 3, 26-28); significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência.
Nesta Quaresma, Deus pede-nos que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades. Perguntemo-nos diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos ao serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes; se fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou se as mantemos à margem [4]. Este é o segundo apelo: a conversão à sinodalidade.
Em terceiro lugar, façamos este caminho juntos na esperança de uma promessa. A esperança que não engana (cf. Rm 5, 5), mensagem central do Jubileu [5], seja para nós o horizonte do caminho quaresmal rumo à vitória pascal. Como o Papa Bento XVI nos ensinou na Encíclica Spe salvi, «o ser humano necessita do amor incondicionado. Precisa daquela certeza que o faz exclamar: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” ( Rm 8, 38-39)» [6]. Jesus, nosso amor e nossa esperança, ressuscitou [7] e, vivo, reina glorioso. A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo!
Eis o terceiro apelo à conversão: o da esperança, da confiança em Deus e na sua grande promessa, a vida eterna. Devemos perguntar-nos: estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?
Irmãs e irmãos, graças ao amor de Deus em Jesus Cristo, somos conservados na esperança que não engana (cf. Rm 5, 5). A esperança é “a âncora da alma”, inabalável e segura [8]. Nela, a Igreja reza para que «todos os homens sejam salvos» ( 1Tm 2, 4) e ela própria anseia estar na glória do céu, unida a Cristo, seu esposo. Santa Teresa de Jesus expressou isso da seguinte forma: «Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve» ( Exclamações, XV, 3) [9].
Que a Virgem Maria, Mãe da Esperança, interceda por nós e nos acompanhe no caminho quaresmal.
Roma, São João de Latrão, na Memória dos Santos mártires Paulo Miki e companheiros, 6 de fevereiro de 2025.
FRANCISCO
_________________________
[1] Cf. Carta enc. Dilexit nos (24 de outubro de 2024), 220.
[2] Cf. Homilia na Missa de canonização dos Beatos João Batista Scalabrini e Artemide Zatti, 9 de outubro de 2022.
[3] Cf. Ibid.
[4] Cf. Ibid.
[5] Cf. Bula Spes non confundit, 1.
[6] Carta enc. Spe salvi (30 de novembro de 2007), 26.
[7] Cf. Sequência do Domingo de Páscoa.
[8] Cf. Catecismo da Igreja Católica, 1820.
[9] Ibid., 1821.
Copyright © Dicastero per la Comunicazione - Libreria Editrice Vaticana