Dirigente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!
Dirigente: Irmãos e irmãs, a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nós morreu e ressuscitou, esteja sempre convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Leitor(a) 1: Todos os anos, a Igreja nos concede um período favorável para a penitência, desejando que esse tempo seja frutuoso e gere em nós conversão. É o tempo da Quaresma. Deus nos chama a um banho purificador, que nos prepara para a Páscoa do seu Filho. No Brasil, de maneira especial, a Igreja nos convida a viver, no período quaresmal, a Campanha da Fraternidade. É um convite a nos aproximarmos de Cristo e a enxergá-Lo nos irmãos socialmente invisíveis e na obra da sua Criação. Contemplando o que havia feito, Deus viu que tudo era muito bom (Gn 1,31), mas infelizmente o pecado entrou no mundo, provocando feridas na obra divina.
Leitor(a) 2: Que o Divino Redentor, que no seu sangue faz novas todas as coisas (Ap 21,5), nos inspire a uma verdadeira conversão ecológica e integral, ensinando-nos a amar verdadeiramente a Criação em sua plenitude e a zelar por nossa Casa Comum. Meditando os mistérios da Paixão do amável Jesus, seguindo pela Via Dolorosa, possamos também refletir sobre o mal que provocamos à Criação pelo abuso que dela fazemos.
Todos: Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas.
Hino da CF 2025 (n. 1 - p. 64)
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?”. Jesus respondeu: “Tu o dizes; sou eu rei. Nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Pilatos perguntou: “O que é a verdade?”. Ao dizer Pilatos: “Quero soltar-vos!”, os judeus disseram: “Se o largares, não és amigo de César”. Pilatos, então, para satisfazer o povo, entregou Jesus para ser açoitado e crucificado. Quais são os erros dos judeus? Ele não encontrou nenhuma culpa neles. Mas que encontra o rei Barrabás, um bandido (Jo 18, 37-40).
Leitor 2: Concluída a obra da Criação, o Senhor a deu integralmente ao homem e à mulher para que dela, a humanidade, e tirar o seu sustento. No entanto, ferida de morte pelo pecado, a humidade da terra desvirtuou o seu papel ante a Criação, Deus, buscando domínio pelos recursos. Pensando ser proprietária da obra de Deus, provocou a morte e destruição por um tribunal injusto e parcial, movido como se vem expondo infinitos, semando desequilíbrio naquela que é a nossa Casa comum, forçando Jesus.
Dirigente: Jesus é condenado à morte por um tribunal injusto e parcial. Cada condenavam à morte o autor da vida manifestada na Criação, porque ainda hoje não conseguimos enxergar a vida divina. Perdoai-nos, Senhor, perdoai-nos, Senhor, porque pelo pecado, ferimos também a obra de vossas mãos. Perdoai-nos, Senhor, porque ainda hoje condenamos à morte a vida que confiastes ao nosso cuidado.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!” Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”. Os judeus responderam: “Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”. Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. Jesus tomou a sua cruz e saiu para o lugar chamado Calvário, e em hebraico “Golgota” (Jo 18, 37-19, 17).
Leitor 2: Nas Sagradas Escrituras, o dom do Espírito Santo é muitas vezes representado pelo fogo. O fogo de Deus é a manifestação do seu amor. Ele queima, mas não consome, e luz que aquece e ilumina o caminho diante das trevas. Entretanto, que destrói, deixando cinzas e morte por onde passa. Não é um fogo de Deus que gera comunhão e vida nova, mas um fogo sendo consumidos por um fogo e Amazônia, a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal vem buscando triunfar sobre as chamas, buscando vencer as garras da morte que a madeira macia da mesquinhez, pensando em vencer a vida, gerando a humanidade.
Dirigente: Jesus carrega a cruz às costas. Mais do que a quanta pecamos! Cruz, pesada com os nossos pecados de toda a humanidade. E quanto mais a morte, movido pela ganância. Tende compaixão, homem, escolhe martirizá-lo. Criado, chamado por Deus a dar-se em sacrifício, escolhemos insensibilizar o coração. O amor de Deus que gera a vida, o nosso Senhor, e remente a nossa qual; libertando-nos de toda mesquinhez que nos leva a menosprezar a terra a todos, somos feitos.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Jesus tomou a palavra e disse: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11,28-30).
Leitor 2: Quando o Senhor deu a terra ao homem para que a governasse, buscava manifestar a sua vocação à realeza. O desejo de Deus, de confiar ao homem a tarefa de dominar o mundo, vai além do propósito de ser humano habitar e usufruir sobre as coisas: o homem irá além. No entanto, o homem desvirtua a sua vocação. Permitindo que o ambiente onde vive seja somente para usufruir e consumir o necessário para o cuidado e a preservação, desenvolvendo o seu uso a consumo que degradam e destroem os cuidados e os apoios socioambientais, modelos de consumo que legitimam desigualdades e usos de bens acima das necessidades. Dados da realidade: segundo dados da ONU, nesse ritmo de desmatamento, restam apenas 24% de floresta original. Nesse ritmo, a própria vida humana está ameaçada.
Dirigente: Deus perdoa, pelo Cordeiro, pelo sangue de Jesus, sempre, mas, o homem insiste em promover destruição. Não percebe que favorece a própria queda, que motiva para si dor e vida que não brota da Criação. Dói-nos, Senhor, a ganância de superar a nossa exigência e resistirmos a bem gerir a nossa Criação, promovendo agradante e prioridade socioambiental.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cleofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe, e ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse a Maria: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Este é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo (Jo 19, 25-27).
Leitor 2: No caminho para o Calvário o Redentor encontra sua Mãe Santíssima e em aparente dor traspassa o coração de Maria, em Alagoas, ao gosto amargo da derrota e do abandono. Quantas pessoas experimentam hoje o ser amado chagado, um abandono de derrota, na cidade de Maceió, em Alagoas, ao serem obrigados a abandonar suas casas por causa do afundamento do solo em bairros da capital? Mais uma vez, a ganância serviu de motivação para a exploração desenfreada dos recursos da natureza, por pensar nas consequências.
Dirigente: Quanta injustiça, Senhor, recai sobre pobres famílias inocentes. Quanta dor em ter de abandonar a sua história e o seu lar para tentar recomeçar a vida longe de suas raízes. Concedei-lhes, Senhor, a graça de imitar a Virgem Maria, e manter-se de pé junto à cruz com esperança firme e inabalável. Que as famílias de Maceió não se deixem vencer pelo desespero e pelo medo, mas sejam fortalecidas na fé pelo exemplo daquela que é feliz porque acreditou (cf. Lc 1,45).
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e mandaram-no carregar a cruz atrás de Jesus. (Lc 23, 26).
Leitor 2: Os rios desempenham múltiplas funções para a manutenção do equilíbrio ecológico: são fontes de abastecimento de água, utilizados para a geração de energia, servem ao lazer e ao turismo, seus peixes servem de alimento e, em muitas localidades, sobretudo na Amazônia, são a principal via para o transporte. Em um perfeito equilíbrio socioambiental, os rios são como Simão de Cirene, como bons samaritanos, que auxiliam os homens nas suas mais diversas necessidades cotidianas. Mas como vêm sendo maltratados ao longo dos anos! Nas cidades, são sufocados e transformados em canais e esgotos; na Amazônia, suas águas, outrora portadoras de vida, agora transportam o veneno do mercúrio utilizado nos garimpos ilegais.
Dirigente: Divino Criador, quanta riqueza colocastes em nossas mãos! E como desperdiçamos a fecundidade dos vossos bens! Perdoai-nos, Senhor, porque sufocamos a vida, porque matamos a natureza, porque estamos depredando a obra de vossas mãos.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: O Deus que disse "Do meio das trevas brilhe a luz" é o mesmo que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para tornar claro o conhecimento da sua glória na face de Cristo (2 Cor 4,6).
Leitor 2: O Pentecostes conferiu à Igreja ardor missionário. Abrasada pelo fogo do Espírito, naquele dia a Igreja manifestou-se publicamente diante dos homens e mulheres e "uma catolicidade de fé foi esboçada de antemão na Igreja da nova Aliança, a qual fala em todas as línguas e entende e abraça todas as línguas na sua caridade, superando assim a dispersão de Babel" (AG, n. 4). Faz parte da identidade da Igreja a pregação do Evangelho, Dom de Deus. No entanto, o anúncio não significa imposição. "Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização!" (Papa Francisco). O Evangelho e o Pão Eucarístico implicam comunhão. A Igreja é unidade em um só Corpo de Cristo, mas a ação do Espírito permite a diversidade de dons, de ministérios e de culturas (cf. 1Cor 12,4-5).
Dirigente: A Igreja busca cuidar do ser humano por causa da "sua única e singular realidade humana, na qual permanece intacta a imagem e semelhança com o próprio Deus" (RH, n. 13). Entretanto, quantos erros foram cometidos ao longo do caminho, buscando colonizar e "domesticar os povos originários" (Papa Francisco), ao invés de promover conversão que gera vida nova no Espírito! Perdoai-nos, Senhor, por tanta aniquilação promovida, e ajudai-nos a "contemplar, para compreender, para servir os povos" (Papa Francisco).
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Carregou nossos pecados em seu próprio corpo, sobre a cruz, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. (1Pd 2, 21b-24).
Leitor 2: “Nota-se hoje o crescimento desmedido e descontrolado de muitas cidades que se tornaram pouco saudáveis para viver, devido não só à poluição proveniente de emissões tóxicas, mas também ao caos urbano, aos problemas de transporte e à poluição visual e acústica. Muitas cidades são grandes estruturas que não funcionam, gastando energia e água em excesso. Há bairros que, sem construídos recentemente, apresentam-se congestionados e desordenados, sem espaços verdes suficientes. Não é conveniente para os habitantes deste planeta viverem cada vez mais submersos de cimento, asfalto, vidro e metais, privados do contato físico com a natureza. Em alguns lugares, rurais e urbanos, a privatização dos espaços tornou difícil o acesso dos cidadãos às áreas de especial beleza; em outros, criaram-se áreas residenciais ‘ecológicas’ à disposição só de poucos, procurando-se evitar que outros entrem e perturbem uma tranquilidade artificial. Muitas vezes considera-se uma cidade bela e cheia de espaços verdes e bem cuidados em algumas áreas ‘seguras’, mas não em áreas menos visíveis, onde vivem os descartados da sociedade” (LS, nn. 44-45).
Dirigente: “Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom” (Gn 1,31). A Criação é um convite sublime à contemplação e à oração, ao encontro com Deus, “nas suas formas, nas suas cores, na sua luz, nos levam a dirigir o pensamento a Deus e fazem crescer em nós o desejo de chegar à fonte de toda a beleza” (Bento XVI). No entanto, o ser humano tem acabado com tudo, tem destruído a beleza do mundo. Tende compaixão de nós, Senhor, porque parecemos incapazes de contemplar as obras de Vossas mãos e de proclamar, como São Francisco: “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas”.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Seguia Jesus uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. Jesus, porém, voltou-se e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós!’ e às colinas: ‘Escondei-nos!’ Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?” (Lc 23,27-31).
Leitor 2: “A deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta” (LS, n. 48). São sempre eles os mais pobres e os mais vulneráveis que mais sentem os efeitos da degradação e do abuso da exploração humana sobre a Criação. No entanto, embora sejam as maiores vítimas, são os que menos têm voz e força política. Quando finalmente entram em pauta nos debates, geralmente são tratados como parte dos danos colaterais. Na concretização das soluções dos problemas, são deixados em último lugar (LS, n. 49).
Dirigente: Ao contemplar, Senhor, o vosso sofrimento, é impossível não recordar os homens e mulheres que mais sofrem, que vivem à margem da sociedade, como figuras invisíveis. Ajudai-nos, Senhor, a sempre os enxergar e consolá-los em suas dificuldades, com gestos concretos de amor e de caridade.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Jesus disse: “Vós ficastes comigo em minhas provações. Por isso, assim como o meu Pai me confiou o Reino, eu também vos confio o Reino. Simão, Simão! Olha que Satanás pediu permissão para vos peneirar como o trigo. Eu, porém, rezei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22,28-29.31-32)
Leitor 2: Ainda que algumas pessoas tentem negar, os sinais das mudanças climáticas são evidentes e impossíveis de serem escondidos. No Brasil, sobretudo no último ano, as notícias de desastres provocados por enchentes ou pela seca tomaram conta dos noticiários. Quantas famílias perderam tudo, vitimadas por esses fenômenos! Infelizmente, essas catástrofes tendem a se tornar cada vez mais recorrentes, e são fruto da ação humana, devido à grande emissão de gases com efeito estufa na atmosfera. “A esmagadora maioria dos estudiosos do clima defende esta correlação [...]. Infelizmente, a crise climática não é propriamente uma questão que interesse às grandes potências econômicas, preocupadas em obter o maior lucro ao menor custo e no mais curto espaço de tempo possíveis” (LD, n. 13).
Dirigente: Amado Redentor, quanto tempo mais a humanidade seguirá trilhando o caminho da destruição? Com o coração tomado pelo pecado, o ser humano seguirá menosprezando o cuidado com a Criação e promovendo a queda da humanidade. Ajudai-nos, ó bom Jesus, a superar a mesquinhez das nossas atitudes e a olhar com carinho para aquela que é a nossa “Casa Comum”.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Os soldados repartiram a roupa de Jesus em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. Disseram então entre si: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”. Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados (Jo 19,23-24).
Leitor 2: O mundo parece também estar à beira de um colapso sociopolítico. Na Ucrânia, no Líbano, no Irã, em Gaza e em tantos outros lugares, a violência tem ceifado vidas e expulsado de seus países pessoas inocentes extenuadas pela guerra. Desesperados, “atravessam mares e desertos para chegar a uma terra onde viver em paz e segurança” (Papa Francisco). Muitos ansiosos por uma terra tranquila e estável, outros tantos obrigados, enfrentam “rotas migratórias que hoje são frequentemente marcadas por travessias de mares e desertos, que para muitas, demasiadas - demasiadas! - pessoas acabam por ser mortais” (Papa Francisco). Quanta dor! Quantas vidas despidas de sua humanidade!
Dirigente: “O órfão, a viúva e o estrangeiro são os pobres por excelência que Deus sempre defende e pede para defender” (Papa Francisco). Entretanto, não bastasse a violência e o terrorismo aos quais foram submetidos em suas pátrias, os imigrantes ainda lidam com a violência da nossa indiferença e falta de compaixão, enquanto nações fecham-se por ideologias políticas que falam mais alto do que a caridade cristã em nosso coração. Esquecemo-nos, Senhor, de que tudo o que fizermos ao menor dos irmãos é a vós que faremos (Mt 25,40). Tivestes fome, e não vos demos de comer; tivestes sede, e não vos demos de beber; éreis um imigrante e não vos recebemos (Mt 25,35). Senhor, piedade!
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito: “Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus”. Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas ‘o Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”. Pilatos respondeu: “O que escrevi, está escrito” (Jo 19,18-22).
Leitor 2: “A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo”. A produção de detritos parece aumentar ano após ano. Em grande parte, trata-se de resíduos “não biodegradáveis: resíduos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, eletrônicos e industriais, resíduos altamente tóxicos e radioativos” (LS, n. 21). A Criação, deixada por Deus aos cuidados da humanidade, vem sendo deformada, ao ponto de que “em muitos lugares do planeta, os idosos recordam com saudade as paisagens de outrora, que agora veem submersas de lixo” (LS, n. 21).
Dirigente: Senhor, a nossa humanidade pecadora está crucificando a Criação. Imbuídos de uma cultura do descarte, estamos transformando tudo em lixo e, nesse processo, urinando a obra de vossas mãos. Outrora, nosso pecado crucificou a Jesus Cristo; não satisfeito, o nosso pecado agora busca crucificar a beleza do mundo, tentando apagar os sinais do Divino Criador. Ferida por nossa humanidade, “a criação geme em dores de parto” (Rm 8,22). Atrai-nos a vós, Senhor, e restaurai a nossa natureza corrompida.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito (Jo 19,28-30).
Leitor 2: Com sua morte, Jesus buscou abrir-nos o caminho para uma vida nova. Mas, ainda hoje, o nosso coração parece estar fechado à novidade de Cristo. Ao invés de sementes do Evangelho, que geram vida, a humanidade tem plantado sementes de violência e de autodestruição. Quantas vidas perdidas por causa de guerras políticas e territoriais, quantos bombardeios, balas perdidas, quantas mortes provocadas por desastres ambientais ocasionados pela ambição humana, quanta miséria produzida por uma cultura e uma economia que menosprezam a vida dos mais fracos!
Dirigente: Santíssimo Redentor, parece que nos deixamos ser vencidos pela insensibilidade, pela apatia e pela indiferença. Falta-nos caridade, falta-nos amor, falta-nos fé! O nosso coração de carne, com capacidade de amar e de sentir compaixão, foi substituído por um coração de pedra, onde somente o pecado parece ter vez. Perdoai-nos, Senhor, e dai-nos a capacidade de amar, de enxergar o sofrimento dos nossos irmãos mais necessitados, de consolá-los em suas dores e de rezar pelas almas daqueles que provaram o amargo da morte vitimados por nossa mesquinhez.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus – mas às escondidas, por medo dos judeus – pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus (Jo 19,32-35.38).
Leitor 2: A destruição dos biomas acarreta a destruição da biodiversidade. Inconsequente, a humanidade provoca a “perda de espécies que poderiam constituir, no futuro, recursos extremamente importantes não só para a alimentação, mas também para a cura de doenças e vários serviços” (LS, n. 32). Todo avanço e violência contra a Criação é um abuso contra Deus. Muito abuso contra Ele! Ao pensar na exploração desses recursos, é preciso fazer crescer a consciência de que a criação é um hino de louvor ao Criador, mas “milhares de espécies já não darão glória a Deus com sua existência” (LS, n. 33). Muito mais do que a extinção de plantas e animais, é o próprio nome que o homem tem cultivado no seu intento exterminador.
Dirigente: Em Jesus, Redentor dos homens, foi revelada de uma nova maneira “aquela verdade fundamental a respeito da criação que o Livro do Gênesis atesta quando repete mais de uma vez: Deus viu que as coisas eram boas” (RH, n. 8). Na morte de Cristo, o mundo e a humanidade, antes derrotados pelo pecado, experimentam o sabor de uma Nova Criação. Em sua Cruz, Cristo faz novas todas as coisas (Ap 21,5). Rezemos pela humanidade pecadora, para que tenha um novo encontro com o Homem-Cristo, que foi dado por Deus ao mundo para restituir a harmonia da Criação.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: Então, tomaram o corpo de Jesus e o envolveram em faixas de linho com aromas, como os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus (Jo 19,40-42).
Leitor 2: Aqueles que detêm o poder sobre a economia, em todo o mundo, buscam sempre justificar a necessidade da manutenção do modelo econômico atual. Nele, “predomina uma especulação e uma busca de receitas financeiras que tendem a ignorar todo o contexto e os efeitos sobre a dignidade humana e sobre o meio ambiente” (LS, n. 56). No entanto, em um mundo caminhando para o colapso, mais do que nunca é preciso corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, a equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações futuras.
Dirigente: Senhor Jesus, a dignidade humana vem sendo sepultada por uma economia que corrói, desfigura, fere e mata. Ajudai-nos a “estudar e pôr em prática uma economia diferente, que faz viver e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a devasta” (Papa Francisco).
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
— Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
— Porque, pela vossa santa Cruz, remistes o mundo.
Leitor 1: E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao raiar do sol, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, e Salomé foram ao túmulo. Ao entrar no túmulo, viram um jovem sentado do lado direito, vestindo uma túnica branca, e ficaram muito assustadas. Ele, porém, disse-lhes: “não vos assusteis! Buscais Jesus, o nazareno, o crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram; Ide, porém, dizer a seus discípulos e a Pedro: Ele vai à vossa frente para a Galileia; lá o vereis” (Mc 16,1-2.5-7).
Leitor 2: O Evangelho, vivido com coerência e animado por uma espiritualidade fecunda, transforma o modo de pensar e agir, põe alta no nosso interior como uma força motivadora “que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação fecunda comunitária” (EG, n. 261). Uma espiritualidade fértil e profunda “não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia” (LS, n. 216). Enquanto cristãos, somos chamados a nos preocupar com o meio ambiente, e ser coerentes com a maneira como nos relacionamos com a Criação, reconhecendo e nos arrependendo dos “próprios erros, pecados, vícios ou negligências” (LS, n. 218). A exemplo de São Francisco de Assis, busquemos uma conversão integral e ecológica, mantendo uma relação sadia com a Criação, fiel à “vocação de guardiões da obra de Deus” (LS, n. 217).
Dirigente: Senhor da vida, com a vossa morte e ressurreição, recriastes o universo, dando-lhe novo espírito e novo espírito. Transformai também o nosso coração, e ajudai-nos a alcançar uma verdadeira conversão, ecológica e integral, arrependendo-nos do mal que causamos contra a Criação, dom de Deus, para que possamos viver em perfeita harmonia, numa comunhão universal com as criaturas, para com elas elevarmos a vós um perfeito hino de louvor: “Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas”.
Todos: Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai
Canto
Oração da CF 2025
Recomendações:
1. Caso a Via-Sacra seja realizada de forma publica, ou seja, andando pelas ruas, recomenda-se cantar outros cantos de uma estação a outra, cantos piedosos e que entram no contexto da Paixão e Morte do Senhor.
2. Evite-se conversas entre as estações, e tudo seja realizado de forma muito sóbria.
