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COMUNIDADE CATÓLICA DE MINECRAFT - A UMA DÉCADA A SERVIÇO DA IGREJA

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Que o Senhor o conserve por muitos anos de vida, felicidade na terra e com zelo o proteja contra a maldade dos seus inimigos

Diretório Litúrgico para o Tempo da Quaresma | Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos


DIRETÓRIO LITÚRGICO PARA O TEMPO DA QUARESMA

1. A Quaresma é um período litúrgico importantíssimo na vida da Igreja, caracterizado por quarenta dias de preparação espiritual que antecedem a celebração da Páscoa, o ápice da vida cristã. Este tempo convida os fiéis a uma profunda reflexão, penitência e conversão, buscando uma renovação interior que os aproxime mais de Deus e de Seus ensinamentos.

2. Historicamente, a duração dos quarenta dias remonta a significativos eventos das escrituras, como os quarenta dias que Jesus passou no deserto em jejum e oração, enfrentando tentações e fortalecendo Seu espírito para o cumprimento de sua missão salvífica. Este período simboliza uma jornada de transformação, onde somos chamados a abandonar práticas que nos afastam de Deus e a abraçar uma vida pautada pelo amor, justiça e solidariedade.

3. Durante este tempo, a Igreja nos orienta a intensificar três práticas fundamentais: a oração, que nos conecta intimamente com Deus; o jejum, que nos ensina a disciplina e o desapego das coisas materiais; e a esmola, que nos impulsiona a agir com generosidade em prol dos necessitados. Essas práticas não são fins em si mesmas, mas meios que nos conduzem a uma autêntica conversão do coração e à vivência concreta do Evangelho.

4. No contexto brasileiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, anualmente, a Campanha da Fraternidade durante o período quaresmal. Esta iniciativa busca despertar a solidariedade dos fiéis e da sociedade em relação a temas relevantes, incentivando ações que transformem a realidade à luz da fé cristã.

5. Para o ano de 2025, a Campanha da Fraternidade apresenta o tema "Fraternidade e Ecologia Integral", e o lema: "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31), inspirando-se no chamado divino para sermos guardiões responsáveis do mundo que nos foi confiado. Este tema nos convoca a refletir sobre nossa relação com o meio ambiente e a assumir atitudes concretas que promovam a sustentabilidade e a preservação da Casa Comum. A identidade visual da campanha, representada por uma colagem de elementos naturais, simboliza a interconexão de todas as criaturas e a importância de cada uma na construção de um mundo harmonioso e equilibrado. 

6. Assim, durante esta Quaresma, somos convidados não apenas a uma introspecção pessoal, mas também a uma ação comunitária que reflita nosso compromisso com a criação divina. Que este tempo sagrado nos inspire a renovar nossa fé, fortalecer nossos laços fraternos e assumir, com responsabilidade, o cuidado com o planeta, manifestando o amor de Deus em todas as nossas ações.

TEMPO DAS CELEBRAÇÕES

7. O tempo da Quaresma se iniciará na Quarta-Feira de Cinzas, neste ano, no dia 5 de março. A Quaresma compreende 44 dias, desde o começo da Quarta-Feira de Cinzas até a tarde da Quinta-Feira Santa - pois quando cair a tarde daquela quinta-feira se iniciará o dia da Paixão do Senhor, com a Missa Vespertina na Ceia do Senhor, abrindo o tríduo Pascal [1].

8. A Quaresma se divide em dois períodos: o primeiro trata sobre o tema da conversão propriamente dito e se estende das Cinzas até o IV Domingo da Quaresma. A partir do V Domingo se inicia a segunda parte, onde vamos ver os acontecimentos que levaram Jesus a morte, a fim de os refletirmos. Neste período, o próprio prefácio usado nas celebrações é o da Paixão do Senhor.

QUARTA FEIRA DE CINZAS

9. Este ano em 05 de março celebramos a Quarta-Feira de Cinzas. Este é um dia de jejum e abstinência obrigatórios. Na missa, conforme rito a ser publicado, os fiéis recebem as cinzas. As cinzas também podem ser distribuídas fora da missa, em celebração da Palavra.                   

10. Somente os sacerdotes abençoam as cinzas, mas elas podem ser impostas por qualquer ministro.

11. Neste dia não é lícito a nenhum bispo usar mitra com detalhes. A mitra deve ser simples, sem detalhes.- também completamente branca. Não se usa mitra bege, roxa, dourada, ou com qualquer detalhe, unicamente branca. Neste dia, ainda, os bispos podem usar, normalmente, cruz peitoral, anel e báculo, bem como o pálio aos arcebispos. Nos outros dias da quaresma usa-se a mitra como de costume, a não ser que antes for realizada a procissão penitencial [2].

ORNAMENTAÇÃO DO ESPAÇO CELEBRATIVO

12. No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém o domingo Laetare (IV da Quaresma), solenidades e festas [3]. Por isso, é terminantemente proibido usar qualquer tipo de flor no templo ou no espaço onde for ocorrer uma celebração. Contudo, se for o IV domingo da Quaresma, dia do padroeiro, Solenidade, Festa, ordenação ou casamento, pode-se ornamentar o altar com poucas flores, de modo discreto. Recordamos que, as igrejas onde, durante a Quaresma, encontrarem-se flores fora dos casos previstos, receberão notificações. 

13. Observa-se no Vaticano o costume de, durante a Quaresma, usar objetos litúrgicos mais simples. Este costume pode ser trazido para a nossa realidade, e é louvável que o seja.

14. Embora a simplicidade, durante qualquer missa da Quaresma pode usar-se incenso e evangeliário, recomendados especialmente aos domingos. Usa-se, ainda sobre o altar ou perto dele, duas, quatro ou seis vela, ou ainda sete, se o Diocesano presidir.

15. Mantém-se, ainda, as imagens do Senhor Crucificado ou de seu Sagrado Coração, como de costume e necessário para a Eucaristia.

VELATIO

16. A rubrica contida após a missa do Sábado da IV Semana da Quaresma diz: "Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e as imagens da igreja, a juízo das Conferências Episcopais. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão, na Sexta-Feira Santa. As imagens até o início da Vigília Pascal" [4].

17. As imagens e cruzes podem ser veladas no sábado que antecede o V Domingo da Quaresma - este ano 05 de abril. Não é lícito velar as imagens antes.

18. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão. As imagens permanecerão veladas até antes da Vigília Pascal.
                  
19. Para as igrejas onde celebra-se o rito extraordinário, o Missal Romano apresenta nas rubricas do sábado antes do I Domingo da Paixão a seguinte rubrica: “Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo"

CANTOS

20. No tempo da Quaresma, a liturgia convida os fiéis a um espírito de conversão, recolhimento e penitência, refletindo sobre o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Por isso, os cantos devem expressar essa espiritualidade, evitando excessos festivos e priorizando melodias que favoreçam a oração e a meditação.

21. É recomendável que os cantos litúrgicos deste período estejam em harmonia com as leituras e com a espiritualidade quaresmal, ressaltando temas como a conversão, a misericórdia de Deus, a necessidade da penitência e a esperança na Páscoa. Além disso, a tradição litúrgica orienta que o Glória não seja cantado, exceto em solenidades, e que o Aleluia seja substituído por uma aclamação adequada ao Evangelho.

22. Dessa forma, é louvável a utilização do Hinário da Esperança, que dispõe de um rico repertório para o tempo da Quaresma, que auxiliam a assembleia a viver profundamente este itinerário espiritual rumo à Páscoa do Senhor como também o Santo Jubileu.

ALELUIA

23. Em todas as missas e ofícios, omite-se o Aleluia, desde a Quarta-Feira de Cinzas até a Vigília Pascal [5].

24. Na Quaresma, em vez do Aleluia canta-se o versículo antes do Evangelho que vem no Lecionário. Também se pode cantar outro salmo ou tracto, como se indica no Gradual [6].

DEDICAÇÕES

25. As dedicações são celebradas de paramentos festivos, com leituras e orações próprias. Estão proibidas na Quarta-Feira de Cinzas e nos dias da Semana Santa [7].
 
ORDENAÇÕES

26. Quando celebradas num dia de Festa de um Apóstolo, em uma Solenidade ou num domingo da Quaresma, a ordenação utiliza leituras e orações próprias do dia [8]. A cor litúrgica pode ser a própria do dia ou branca ou festiva [9]. Nos Domingos e dias de semana não se entoará o Hino de Louvor.

MEMÓRIAS, MISSAS VOTIVAS E PELOS DEFUNTOS

27. As memórias obrigatórias celebram-se integralmente e as facultativas utiliza-se apenas a Oração do Dia [10].

28. Aos sábados, pela manhã, pode-se celebrar a memória da Virgem Maria, com os textos próprios para celebrações de Nossa Senhora na Quaresma. 

A PIEDADE POPULAR

29. Sobretudo no tempo da Quaresma é muito recomendável que se celebre as estações romanas, principalmente sob a presidência do Pastor da diocese. Duma igreja onde todos se reúnem, partem em procissão cantando a ladainha de todos os santos e seguem até uma outra igreja, onde pode-se realizar uma vigília de oração ou a própria missa. Nesse caso, a saudação se fará antes da procissão e, ao chegar na igreja, tendo encerrado a ladainha, se dirá a Oração do Dia.

30. Estimule-se ainda a Via-Sacra, a recita do Terço (meditando os mistérios dolorosos), o terço da misericórdia, e ainda outras procissões e celebrações da piedade popular durante a Quaresma.

CONCLUSÃO

31. Que, ao longo desta caminhada quaresmal, sustentados pela graça de Deus e fortalecidos pela oração, possamos nos abrir à verdadeira conversão, renovando nossa fé e nossa entrega a Cristo. Que a penitência, o jejum e a caridade nos conduzam a uma participação mais plena no mistério pascal, levando-nos a experimentar a alegria da ressurreição e a vivermos como novas criaturas. Sob a proteção materna de Nossa Senhora das Dores, sigamos firmes neste itinerário espiritual, certos de que, ao abraçarmos a cruz, também participaremos da glória do Senhor ressuscitado.

Para maior glória de Deus, dado em Roma, na sede de nosso Dicastério, no terceiro dia de março do ano do Senhor de 2025.

† SAMUEL DE JESUS REYES
 Prefeito   

E eu, subscrevi, 

† ANTÔNIO MATHEUS Card. CARNEIRO
 Membro

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REFERÊNCIAS:


[1] Normas gerais do Ano Litúrgico, n.28.
[2] Cerimonial dos Bispos, n.255.
[3] Instrução Geral do Missal Romano, n.305
[4] Missal Romano, p.211.
[5] Normas gerais do Ano Litúrgico, n.28.
[6] Instrução Geral do Missal Romano, n.62.
[7] Cerimonial dos Bispos, n.868.
[8] Cerimonial dos Bispos, n. 494.
[9] Cerimonial dos Bispos, n. 495.
[10] Instrução Geral do Missal Romano, n.354, 355.