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COMUNIDADE CATÓLICA DE MINECRAFT - A UMA DÉCADA A SERVIÇO DA IGREJA

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Mensagem - PASTOR BONUS EST PATER BONUS | Dicastério para os Bispos

 

             Prot. N.º 15/2024


primeiro de maio de 2024,     
Cidade do Vaticano.     


MENSAGEM DO DIA DE SÃO JOSÉ
PASTOR BONUS EST PATER BONUS
A TODOS OS BISPOS DA NOSSA COMUNIDADE

1. Em meio aos festejos pascais, deparamo-nos hoje com a figura de São José, especificamente com seu título de operário. A Igreja hoje, nos faz pensar sobre o exemplo josefino, o qual é de suma importância para todos os sacerdotes, principalmente para aqueles que foram chamados a exercer a plenitude sacerdotal. Nesse sentido, este dicastério viu por bem redigir esta mensagem a fim de uma reflexão sobre uma determinada área do múnus episcopal.

2. São José constitui a dobradiça que une o Antigo e o Novo Testamento. Através dele, o Filho, torna-se descendente de Davi e, nesse sentido, cumpre as profecias a Ele destinadas. A escolha de Deus por José como pai adotivo de Jesus é um ato de confiança que nos encoraja a discernir nossa vocação, pois, assim como José, Deus não nos chama ao impossível, mas, sabendo de nossas limitações, nos capacita para viver a prática do Evangelho. José, amado por Deus e movido pelo seu Espírito, faz as decisões certas, mesmo sem falar nada. Não há em nenhum dos Evangelhos alguma fala deste homem, e isto faz-nos compreender que José era um homem da ação, porque, afinal, amar é agir. Devemos distinguir o Amor de Deus deste amor superficial que estamos acostumados a sentir. O Amor Divino não é somente sentimento, mas é prática, é força, é ação. O cristão é, por natureza, aquele que age porque ama.

3. Aprofundando-nos ainda mais na figura deste santo homem, nos deparamos com as palavras do Papa Francisco, em sua carta apostólica Patris Corde, que caracteriza São José como pai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento, pai com coragem criativa, pai trabalhador e pai na sombra. E nós, enquanto pastores temporários deste rebanho, também somos chamados a sermos pais adotivos do povo de Deus que nos é confiado nesta pausa restauradora. Nesse sentido, vejamos as nossas semelhanças com o «Padroeiro da Igreja Católica» [1]

4. Sendo pai na ternura, na obediência e no acolhimento, São José também nos anima a sermos pastores ternos, obedientes e acolhedores. Ora, a ternura do pastor acalenta as ovelhas e, através de sua obediência, encaminha-as para o Redil. No entanto, um bom pastor acolhe todos, sem distinção. Não se dá somente ao cuidado daquelas que estão sempre do seu lado, mas dedica-se a reunir as dispersas e buscar as perdidas, para que nenhuma delas se perca. Aquele que seleciona as ovelhas para pastorear não é bom pastor, mas sim, mercenário, porque demonstra a carência de paternidade a medida em que busca a facilidade.

5. Sejamos nós também pais com coragem criativa! Ora, com efeito, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter. Além do mais, coragem não é ausência do medo, mas, como dizia Santa Tereza Benedita da Cruz, é seguir na presença medo. Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar (cf. PC).

6. Por fim, São José também nos encoraja ao trabalho. Um trabalho eficiente, mas discreto, sem a presença dos microfones e holofotes. Nos convida a ser, dessa forma, pais na sombra, na aquietação do nosso ser, na humildade de servos. Sendo pastores discretos que suscitem às ovelhas o bom exemplo de cristão: demonstrar, na nossa pequenez, a grandeza do Onipotente. Esta é a prática eficaz do Evangelho. Esta é a nossa missão nesta comunidade: conduzir nossos irmãos ao Senhor. É acolher, viver e encaminhar; acolher por Cristo, viver no Cristo e encaminhar para o Cristo. Tudo para o Senhor e nada para nós mesmo, a não ser Ele, que é o maior prêmio.

7. Nesse sentido, roguemos ao pai adotivo de Jesus para que nos forme bons pais adotivos para cuidar do seu rebanho. Eis uma pequena oração:

Ó glorioso São José,
suscitai em nossos corações
o desejo de sermos bons pastores
aos moldes do coração do teu adotivo Filho,
do qual foi-te dada a custódia.
Ensina-nos mais uma vez, pelo teu exemplo,
a sermos pais na ternura, na obediência e no acolhimento, 
pais com coragem criativa.
Que, pelo teu exemplo de pai no silêncio,
sejamos também nós, na nossa pequenez,
reflexos da grandeza de Jesus.
Para que, na sobra da nossa humildade, 
resplandeça a verdadeira luz: a Luz de Jesus. 
 

In Cor Iesu, com estima,

 JOÃO CARLOS Card. VITALI
 Prefeito 




[1] Papa Pio IX, Sacra Congr. dos Ritos, Quemadmodum Deus (8 de dezembro de 1870): ASS 6 (1870-71), 194.