CONSISTÓRIO ORDINÁRIO PÚBLICO
PRESIDIDO POR SUA SANTIDADE,
O PAPA PAULO II,
PARA A CRIAÇÃO DE NOVOS CARDEAIS
CAPELA SISTINA – XII.III.MMXXIV
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RITOS INICIAIS
1. Reunido o povo no local indicado, o Santo Padre dirige-se ao altar com os cerimoniários e os novos cardeais, durante a antífona Tu és Pedro (Tv es Petrvs).
Chegando ao altar, os novos cardeais fazem uma profunda inclinação. Depois dirigem-se às cadeiras.
O Santo Padre, chegando ao altar, ajoelha-se em frente a ele e reza por alguns instantes. Depois faz com os cerimoniários uma profunda inclinação, e dirige-se à sua cadeira.
Terminado o canto, o Santo Padre e os fiéis, todos de pé, fazem o sinal da cruz, enquanto o Santo Padre, voltado para o povo, diz:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
O povo responde:
Amém.
2. Em seguida, o Santo Padre, abrindo os braços, saúda o povo:
A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco.
O povo responde:
E com o teu espírito.
3. Todos se sentam. Um dos novos cardeais, em nome de todos, dirige ao Santo Padre um discurso de homenagem e agradecimento. Terminado o discurso, o cardeal saúda o Santo Padre.
4. Depois, o Santo Padre diz:
Oremos.
E todos oram com o Santo Padre, por algum tempo, em silêncio.
Então o Santo Padre, de braços abertos, reza a oração da coleta;
Senhor Deus, Pai da Glória, fonte de todo bem, tu que, com abundância de dons, não cessas de enriquecer tua Igreja espalhada pelo mundo, e todavia, com mais benevolência, olha a sede do Beato Apóstolo Pedro, que instituíste acima de todas, com a tua providência, concede a mim, teu servo, realizar convenientemente o mandato confiado, na certeza de que darás à Igreja tudo aquilo que prometeste e à qual tens conduzido. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
ao terminar, o povo aclama:
Amém.
EVANGELHO
(Mc 10,32-45)
5. Todos permanecem de pé enquanto o sacerdote pede a bênção ao Santo Padre, em voz baixa:
Dá-me a tua bênção.
O Santo Padre diz em voz baixa:
O Senhor esteja em teu coração e em teus lábios para que possas anunciar dignamente o seu Evangelho: em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
O sacerdote faz o sinal da cruz e responde:
Amém.
6. O sacerdote dirige-se ao ambão, e diz:
O Senhor esteja convosco.
O povo responde:
E com teu espírito.
O sacerdote diz:
✠ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
e, enquanto isso, faz o sinal da cruz sobre o livro e, depois, sobre si mesmo, na fronte, na boca e no peito.
O povo responde:
Glória a vós, Senhor.
Então o sacerdote proclama o Evangelho.
Naquele tempo, ³²os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: ³³“Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. ³⁴Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”. ³⁵Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. ³⁶Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” ³⁷Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda quando estiveres na tua glória!” 3³⁸Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” ³⁹Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. ⁴⁰Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. ⁴¹Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. ⁴²Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. ⁴³Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; ⁴⁴e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. ⁴⁵Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.
7. Terminado o Evangelho, o sacerdote aclama:
Palavra da Salvação.
O povo responde:
Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
8. Em seguida, o Santo Padre faz uma breve homilia.
CRIAÇÃO CARDINALÍCIA
9. Após a homilia, o Santo Padre dá início ao rito de Criação Cardinalícia.
Irmãos caríssimos, nos dispomos a cumprir um ato gratificante e solene de nosso sacro ministério. Ele refere-se antes de tudo à Igreja de Roma, mas interessa também a toda comunidade eclesial: chamaremos a fazer parte do Colégio dos Cardeais alguns irmãos nossos, para que sendo unidos à Sé de Pedro com mais estreito vínculo, se tornem membros do Clero de Roma e cooperem mais intensamente com nosso serviço apostólico. Eles, investidos da sagrada púrpura, deverão ser intrépidas testemunhas de Cristo e de seu Evangelho na cidade de Roma e nas regiões mais longínquas. Portanto, com a autoridade de Deus Onipotente, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e a nossa, criamos e proclamamos solenemente Cardeais da Santa Igreja Romana estes nossos irmãos:
Então enuncia todos e cada um dos novos cardeais, segundo a ordem.
Após ter o nome falado, o novo cardeal se levanta.
— João Paulo SOARES: arcebispo metropolitano de São Salvador da Bahia, prefeito do Dicastério para o Serviço da Caridade e prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica;
— Luan de Souza DOS SANTOS: chefe da Igreja “Sui Iuris” de Santa Cruz e arcebispo metropolitano de Santa Cruz;
— João Carlos VITALI: bispo diocesano de Overland/Monte Carlo e prefeito do Dicastério para os Bispos;
e
— Cícero Guilherme RAVELLI: bispo titular de Cantaduva e secretário do Dicastério para a Comunicação.
Conclui dizendo:
Em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
PROFISSÃO DE FÉ E JURAMENTO DE FIDELIDADE
10. Em seguida, o Santo Padre se dirige aos novos cardeais, dizendo:
Irmãos caríssimos, professai agora diante do povo santo de Deus a vossa fé no Deus Uno e Trino, e a vossa fidelidade para com a santa Igreja católica e apostólica.
11. E os novos cardeais professam sua fé:
Creio em um só Deus, Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus:
se inclinam enquanto dizem:
e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.
se erguem e prosseguem:
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.
12. Em seguida, juram fidelidade e obediência ao Santo Padre e aos seus sucessores, dizendo:
Eu, N., Cardeal da Santa Igreja Romana N., prometo e juro, permanecer de agora para sempre, enquanto viver, fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho, permanente obediente à santa Igreja Católica Apostólica Romana e ao Beato Apóstolo Pedro na pessoa do Sumo Pontífice Paulo, e de seus sucessores canonicamente eleitos; manter sempre, com palavras e obras, a comunhão com a Igreja Católica, não revelando a ninguém o que me for confiado, cuja divulgação possa causar dano ou desonra à santa Igreja; desenvolver com agilidade e fidelidade as tarefas às quais for chamado em meu serviço à Igreja, segundo as normas do Direito. Por isso, que me ajude o Deus Onipotente.
IMPOSIÇÃO DAS INSÍGNIAS CARDINALÍCIAS
13. Findada a profissão, o Santo Padre reza:
Para o louvor de Deus Onipotente e decoro da Sé Apostólica, recebes o barrete vermelho, sinal da dignidade do Cardinalato, significando que deveis estar prontos a comprometer-se com força, até a efusão do sangue, pelo desenvolvimento da fé cristã, pela paz e tranquilidade do povo de Deus e pela liberdade e difusão da Santa Igreja Romana.
14. Os novos cardeais, segundo a ordem, se aproximam do Santo Padre e se ajoelham diante dele. O Santo Padre lhes impõe o barrete cardinalício.
15. O Santo Padre coloca o anel no dedo do novo cardeal, dizendo:
Recebe o anel das mãos de Pedro e sabei que com o amor do Príncipe dos Apóstolos se reforça o teu amor para com a Igreja.
16. O Santo Padre confia ao novo cardeal uma igreja de Roma, que será sinal de sua participação e solicitude pastoral:
Para a honra de Deus Onipotente e dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo te entregamos [...]. Em nome do Pai e do Filho ✠ e do Espírito Santo.
a Diaconia do Santíssimo Redentor e Santo Afonso na Via Merulana;
a Diaconia de São Marcos Evangelista no Fórum Trajano;
a Diaconia de São Marcos Evangelista no Fórum Trajano;
a Diaconia de Santo André do Vale)
17. O Santo Padre entrega a bula de criação cardinalícia e dá o abraço da paz ao novo cardeal, dizendo:
A paz do Senhor esteja sempre contigo.
O novo cardeal responde:
Amém.
18. E repete-se os números 15, 16 e 17 com cada cardeal.
19. Depois que todos receberem as insígnias cardinalícia, saúdam todos os demais cardeais presentes, enquanto canta-se a antífona Ide por todo o mundo (Euntes in mundum).
20. Em seguida, retornam para os seus lugares.
ORAÇÃO DOMINICAL
21. O Santo Padre diz, de mãos unidas:
Rezemos, irmãos caríssimos, para que a bondade de Deus todo-poderoso multiplique a sua graça nestes seus servos:
O Santo Padre abre os braços e prossegue com o povo:
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
22. O Santo Padre, de braços abertos, reza a oração:
Deus, cujo caminho universal é sempre a misericórdia e a verdade, sustentai os dons da vossa obra, e o que não é possível à fragilidade humana, conciliai, misericordioso, com a vossa graça, para que estes vossos servos, edificando constantemente a vossa Igreja, brilhem fecundos na integridade da fé e iluminados na pureza da mente. Por Cristo, nosso Senhor.
O povo responde:
Amém.
RITOS FINAIS
23. O Santo Padre, estendendo as mãos, diz:
O Senhor esteja convosco.
Todos respondem:
E com teu espírito.
O Santo Padre diz:
Bendito seja o nome do Senhor.
Todos respondem:
Agora e para sempre.
O Santo Padre:
Nossa proteção está no nome do Senhor.
Todos:
Que fez o céu e a terra.
Então o Santo Padre abençoa o povo:
E a bênção de Deus todo-poderoso, Pai ✠ e Filho ✠ e Espírito ✠ Santo, desça sobre vós e permaneça para sempre.
Todos:
Amém.
24. Depois, o Santo Padre se volta para a imagem da Virgem Maria, enquanto canta-se a antífona mariana Ave Rainha do Céu (Ave Regina Cælorum).
25. Por fim, como no início, todos se retiram.