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COMUNIDADE CATÓLICA DE MINECRAFT - A UMA DÉCADA A SERVIÇO DA IGREJA

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DIRETÓRIO LITÚRGICO - Quaresma

 

        Prot. N.º 004/2024

09 de Fevereiro de 2024,
Cidade do Vaticano.


DIRETÓRIO LITÚRGICO PARA A QUARESMA

2024 - ANO “B”

A todos que estas letras lerem ou delas tomarem conhecimento, graça, saúde e paz.

1. A comemoração da Páscoa do Senhor, que relembramos e vivenciamos anualmente, é o centro de toda a fé cristã católica e também do Ano Litúrgico, e se encontra no Ciclo Pascal. Este ciclo se inicia com a Quaresma, perpetrando pela Semana Santa, o Tríduo Pascal e o próprio Tempo Pascal, tendo sua finalização na Solenidade de Pentecostes, quando ressuscitado enviou o seu paráclito sobre os apóstolos e Nossa Senhora reunidos no cenáculo (Cf. At. 2,1-13). Todo esse período vem nos recordar do crucial momento da história da humanidade onde Cristo Jesus quis realizar a vontade do Pai e levar à plenitude a obra começada em sua pregação.

2. “Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa” (Lc 22,8): é a ordem do Senhor para que nos preparemos para a celebração de sua passagem. Cristo, concluindo sua vida terrena passa pela morte e, rompendo os infernos, ressuscita vitorioso. Porém, “o Mestre pergunta-te: Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?” (Lc 22,11). E então: onde está a sala? Ou melhor, como está a sala? Como está o nosso próprio ser para a celebração da nossa Salvação? É nesse espírito que a Mãe Igreja nos convida para, durante os 40 dias anteriores à celebração do grande Tríduo Pascal, um tempo forte de oração, jejum e caridade, convertendo-nos e acreditando no Evangelho.

I - O TEMPO DAS CELEBRAÇÕES:

3. O primeiro momento deste Ciclo Pascal é o tempo da Quaresma que se iniciará na próxima Quarta-Feira de Cinzas, dia 22 de fevereiro. A Quaresma compreende 44 dias, desde o começo da Quarta-Feira de Cinzas até a tarde da Quinta-Feira Santa - pois quando cair a tarde daquela quinta-feira se iniciará o dia da Paixão do Senhor, com a Missa na Ceia do Senhor, abrindo o tríduo Pascal. Neste período, o próprio prefácio usado nas celebrações é o da Paixão do Senhor [1].

4. A Quaresma se divide em dois períodos: o primeiro trata sobre o tema da conversão propriamente dito e se estende das Cinzas até o IV Domingo da Quaresma. A partir do V Domingo se inicia a segunda parte, onde vamos ver os acontecimentos que levaram Jesus à morte, a fim de os refletirmos.

II - A QUARTA-FEIRA DE CINZAS:

5. Este ano, em 14 de fevereiro celebramos a Quarta-Feira de Cinzas. Este é um dia de jejum e abstinência obrigatórios. Na missa os fiéis recebem as cinzas. As cinzas também podem ser distribuídas fora da missa, em celebração da Palavra.

6. Somente os sacerdotes abençoam as cinzas, mas elas podem ser impostas por qualquer ministro.

7. Neste dia não é lícito a nenhum bispo usar mitra com detalhes. A mitra deve ser totalmente branca, sem detalhes. Os cardeais podem usar a mitra simples dos cardeais - também completamente branca. O Santo Padre usa a mitra branca com detalhe dourado ou prateado. Não se usa mitra bege, roxa, dourada, ou com qualquer detalhe, unicamente branca. Neste dia, ainda, os bispos podem usar, normalmente, cruz peitoral, anel e báculo, bem como o pálio aos arcebispos. Nos outros dias da quaresma usa-se a mitra como de costume, a não ser que antes for realizada a procissão penitencial [2].

III - ORNAMENTAÇÃO DO ESPAÇO CELEBRATIVO:

8. No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém o domingo Laetare (IV da Quaresma), solenidades e festas [3]. Por isso, é terminantemente proibido usar qualquer tipo de flor no templo ou no espaço onde for ocorrer uma celebração. Contudo, se for o IV domingo da Quaresma, dia do padroeiro, Solenidade (19 e 25 de março), Festa, ordenação ou matrimônio, pode-se ornamentar o altar com poucas flores, de modo discreto. Recordamos que, as igrejas onde, durante a Quaresma, encontrarem-se flores fora dos casos previstos, receberão notificações.

9. Há um antigo costume em alguns lugares de, nestes dias, colocar tapetes mais simples nas igrejas. Embora não obrigatório, é louvável.

10. Observa-se no Vaticano o costume de, durante a Quaresma, usar objetos litúrgicos mais simples. Este costume pode ser trazido para a nossa realidade, e é louvável que o seja.

11. Embora a simplicidade, durante qualquer missa da Quaresma pode usar-se incenso e evangeliário, recomendados especialmente aos domingos. Usa-se, ainda, sobre o altar ou perto dele, duas, quatro ou seis velas, ou ainda sete, se o bispo diocesano presidir.

12. Mantém-se, ainda, as imagens do Senhor Crucificado ou de seu Sagrado Coração, como de costume e necessário para a Eucaristia.

IV - “VELATIO”:

13. A rubrica contida após a missa do Sábado da IV Semana da Quaresma diz: “Pode-se conservar o costume de cobrir as cruzes e as imagens da igreja, a juízo das Conferências Episcopais. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão, na Sexta-Feira Santa. As imagens até o início da Vigília Pascal” [4].

14. As imagens e cruzes podem ser veladas, com tecido roxo, no sábado que antecede o V Domingo da Quaresma - este ano, 25 de março. Não é lícito velar as imagens antes, que nem mesmo no rito antigo, onde este ato é obrigatório.

15. As cruzes permanecerão veladas até o fim da celebração da Paixão. As imagens permanecerão veladas até antes da Vigília Pascal.

16. Para as igrejas onde celebra-se o rito antigo, o Missal apresenta nas rubricas do sábado antes do I Domingo da Paixão a seguinte rubrica: “Antes das Vésperas, cobrem-se as Cruzes e Imagens que haja na igreja. As Cruzes permanecem cobertas até ao fim da adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, e as Imagens até ao Hino dos Anjos (Glória a Deus nas Alturas) no Sábado Santo”.

V - O ALELUIA:

17. Em todas as missas e ofícios, omite-se o Aleluia, desde a Quarta-Feira de Cinzas até a Vigília Pascal, exclusive [5].

18. Na Quaresma, em vez do Aleluia canta-se o versículo antes do Evangelho que vem no Lecionário. Também se pode cantar outro salmo ou tracto, como se indica no Gradual [6].

VI - AS DEDICAÇÕES:

19. As dedicações são celebradas de paramentos festivos, com leituras e orações próprias. Estão proibidas na Quarta-Feira de Cinzas e nos dias da Semana Santa [7].

VII - AS ORDENAÇÕES:

20. Quando celebradas num dia de Festa de um Apóstolo, em uma Solenidade ou num domingo da Quaresma, a ordenação utiliza leituras e orações próprias do dia [8]. A cor litúrgica pode ser a própria do dia ou branca ou festiva [9]. Nos domingos, não se entoará o Hino de Louvor.

21. Nos dias de semana da Quaresma se celebrará a Ordenação como de costume.

VIII - AS MEMÓRIAS, MISSAS RITUAIS, PARA DIVERSAS NECESSIDADES, VOTIVAS E PELOS DEFUNTOS:

22. As memórias obrigatórias celebram-se integralmente e as facultativas utiliza-se apenas a Oração do Dia [10].

23. As Missas rituais, estão ligadas à celebração de certos Sacramentos ou Sacramentais. São proibidas nos domingos da Quaresma, nas solenidades, na oitava da Páscoa, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, e nos dias feriais da Quarta-Feira de Cinzas e da Semana Santa [11].

24. Em caso de verdadeira necessidade, pode-se utilizar uma das missas para diversas necessidades em qualquer dia da Quaresma, normalmente de paramentos roxos ou brancos, a não ser que se indique outra coisa. Não se pode celebrar, porém, nos domingos, solenidades, na Quarta-Feira de Cinzas ou na Semana Santa [12]. O mesmo aplica-se para as missas votivas.

25. Aos sábados, pela manhã, pode-se celebrar a memória da Virgem Maria, com os textos próprios para as celebrações de Nossa Senhora na Quaresma.

IX - A PIEDADE POPULAR:

26. Sobretudo no tempo da Quaresma é muito recomendável que se conserve ou incremente, ao menos nas maiores cidades e de modo mais conveniente aos lugares, a tradicional forma de reunião das igrejas locais, como nas estações romanas. Assim, principalmente sob a presidência do Pastor da Diocese, a assembleia dos fiéis poderia reunir-se, aos domingos ou nos dias mais oportunos da semana, junto aos túmulos dos santos, ou nas principais igrejas ou santuários da cidade, ou também nos lugares de peregrinação mais frequentados na diocese.

27. As estações romanas se realizavam com a comunidade cristã reunida, junto ao túmulo dos mártires sob a presidência do Sumo Pontífice e nas demais dioceses com seu respectivo bispo. A celebração se iniciava em um local onde se faz a reunião, esse local é uma igreja vizinha à igreja estacional. Desse local se parte processionalmente, segundo o Liber Pontificalis, sempre cantando a ladainha de todos os santos. Chegando à igreja estacional, realizava-se uma vigília de oração. Essa celebração foi sucessivamente dando lugar à celebração eucarística. Um exemplo de estação é a realizada pelo Santo Padre na Quarta-Feira de Cinzas. Ela pode ser realizada também de outros modos.

28. Estimule-se ainda a Via-Sacra, a Adoração, a récita do Terço (meditando os mistérios dolorosos), o terço da misericórdia, e ainda outras procissões e celebrações da piedade popular durante a Quaresma.

X - CONCLUSÃO:

29. Este tempo oportuno para a meditação, a mudança de vida e a reflexão acerca de nossas vidas, é o momento que a Igreja nos chama à conversão verdadeira e a nos prepararmos para a Grande Solenidade da Páscoa do Senhor, passando antes pela Sua Dolorosíssima Paixão, sua Crucifixão e morte, seu sepultamento e, finalmente, à Glória presenciada pelas mulheres que foram até o sepulcro, vendo a pedra removida e os dois homens de vestes resplandecentes que lhes disseram: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Lc 24,5-6).

30. Deste modo, possamos piamente nos preparar para testemunharmos o ápice da fé cristã, sacrificando-nos e oferecendo penitências para depois nos gloriarmos com Aquele que está vivo, pois ressuscitou. E que, como pastores do rebanho confiado a nós pela graça divina, consigamos transbordar-nos deste espírito de conversão e contagiar a todos não de uma tristeza e introspecção vãs, mas de esperança e penitência, tendo a certeza da ressurreição ao final deste período.

Nada costa. 


 Sua Eminência, Devotissimo do Senhor, 

 Rikelme Card. FEITOSA
Prefeito