a todos que esta lerem ou desta tomarem
conhecimento, saudação e bênção apostólica.
“A uns ele constituiu apóstolos; a outros, profetas; a outros, evangelistas, pastores, doutores, para o aperfeiçoamento dos cristãos, para o desempenho da tarefa que visa à construção do corpo de Cristo, até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo. Para que não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores. Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo. É por ele que todo o corpo - coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria - efetua esse crescimento, visando a sua plena edificação na caridade.” (Ef 4,11-16)
O trecho acima, da Carta aos Efésios, ressalta a profunda importância da unidade e caridade dentro da comunidade. Deus, em Sua infinita sabedoria, concedeu uma diversidade de dons e ministérios aos crentes com o propósito de aperfeiçoar os cristãos e edificar o corpo de Cristo.
A caridade, sendo o amor compassivo e altruísta, desempenha um papel central nesse processo de crescimento espiritual. É por meio da prática sincera da caridade que somos capacitados a crescer em todos os aspectos. Cristo, como a cabeça deste corpo, é o nosso exemplo supremo de amor e serviço desinteressado. Portanto, todos os membros do corpo devem trabalhar em uníssono, guiados pelo amor, para a edificação da comunidade na caridade.
Assim como o texto bíblico exorta a comunidade cristã a crescer em unidade e maturidade espiritual, nós, em pleno exercício de nosso sagrado ofício e responsabilidade pastoral, reconhecemos a importância da função cardinalícia em nossa Comunidade.
Tendo isso em mente, sabemos que os Exmos. Srs. Ademir Santana Tadeu, Felipe Ferreira Ratzinger, Kauan Fernandes Castelli e Otávio Sousa Silva receberam o título de Cardeal com a expectativa de que continuariam a desempenhar seus deveres e obrigações mesmo após a emeritação, dentro dos limites.
No entanto, ao longo do tempo, esses Cardeais demonstraram inatividade, ausência de contribuições significativas para a comunidade e, alguns, envolvimento e início de tumultos e discordâncias que prejudicaram a paz e a unidade do Colégio Apostólico. Assim, em vez de promover a cultura da responsabilidade na pastoral e na comunhão eclesial, esses não corresponderam às expectativas associadas ao título cardinalício.
Portanto, usando da autoridade apostólica que nos foi conferida, decretamos, a exoneração e destituição do título cardinalício dos Srs. Ademir Santana Tadeu, Felipe Ferreira Ratzinger, Kauan Fernandes Castelli e Otávio Sousa Silva. Este ato não é apenas um ato de disciplina, mas também um apelo à reflexão e à reconciliação.
É importante ressaltar que os agora ex-Cardeais permanecem - até o momento - no terceiro grau da Ordem. Nossa esperança e oração são que este ato possa servir como um chamado à responsabilidade e à renovação espiritual, e que Deus continue a guiar a Santa Igreja em seu contínuo esforço para promover a unidade, a responsabilidade e a paz entre seus filhos. Que a caridade, o amor compassivo que é o alicerce de nossa fé, sempre ilumine nosso caminho.
Dado e passado em Roma, junto a São Pedro, a vinte e oito de setembro do ano do Senhor de dois mil e vinte e três, primeiro de nosso Pontificado.
✠ Pavlvs Pp. II
Pontifex Maximvs
✠ Henricvm Card. GÄNSWEINP. P. C. P. P. A.